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Editora Unifesp quer ampliar a distribuição de livros em livrarias físicas e virtuais FapInforma Chegou a hora de mudanças. Após oito anos de trabalhos, a Editora Unifesp está ganhando fôlego. Além do novo nome, apresentado durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que aconteceu entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro deste ano, um projeto administrativo-editorial pretende alinhar a editora às principais demandas do mercado brasileiro. Para apontar rumos para essa nova fase, a editora conta com uma nova diretora de publicações, Cynthia Sarti, e com a consultoria de José Castilho Marques Neto, que tem ampla experiência em trabalhos de editoras universitárias. Por 27 anos, foi um dos responsáveis pela consolidação da Editora da Universidade Estadual Paulista (Unesp).  “Editar é ampliar o ensino para além das salas de aula. O livro impresso, e hoje virtual, é veículo do conhecimento, imaginação, cultura e arte”, diz Castilho. Acompanhe outros trechos de seu pensamento na entrevista a seguir: Como a Editora Unifesp está estruturada hoje? Atualmente, tem um acervo de 100 títulos publicados, apresentado em ótimo nível editorial e gráfico. A jovem Editora Unifesp fez o seu primeiro movimento para se estabelecer perante suas coirmãs acadêmicas e perante o profissional mercado editorial brasileiro. Porém, é preciso ressaltar, embora seja essencial ter títulos bem editados, isso não é o suficiente para sustentar uma estrutura editorial a fim de representar uma grande universidade como a Unifesp. É preciso avançar nas medidas que dão corpo e sustentabilidade a uma editora. O que vai mudar no trabalho da editora? Como consultor, minhas propostas abrangem um conjunto de decisões que aponta para uma editora universitária moderna, dinâmica, voltada profissionalmente para realizar seu trabalho editorial e de difusão da leitura de suas publicações. Tecnicamente, editar um livro ou uma revista é algo razoavelmente simples. Por outro lado, publicar tendo por trás um projeto editorial é mais complexo e exige, antes de tudo, um projeto bem definido. Essa é uma das ações que pretendo desenvolver com todas as pessoas envolvidas na editora: oferecer ao debate, pela Unifesp, um projeto editorial próprio. Pretendo, ainda, contribuir para que se tenha uma editora que faça circular suas publicações. Mais de 70% dos livros lidos no Brasil circulam por intermédio de livrarias físicas e virtuais. A editora tem de penetrar nesse contexto para poder alcançar os leitores. Qual a importância da Editora Unifesp para a universidade? Reside na própria essência da atividade editorial, que é publicar contribuições relevantes da universidade à sociedade. Publicar livros e textos significativos à difusão do ensino, pesquisa e extensão acadêmica. Editar é ampliar o ensino para além das salas de aula. É dar a conhecer as atividades acadêmicas para um amplo universo social. É, igualmente, uma extensão de serviços permanente pela própria missão secular que o livro impresso, e hoje virtual, representa – ser veículo do conhecimento, imaginação, cultura e arte. As publicações da editora valorizam o trabalho de toda a comunidade de docentes, pesquisadores, corpo técnico, administrativo e discente, porque se constituirá, cada vez mais, em uma carta de apresentação da Unifesp. Com uma editora respeitada, influente, a Unifesp cria uma instituição que representa o seu conjunto diverso universitário. Como a comunidade científica da Unifesp pode se aproximar da editora? A edição universitária, embora presente mais fortemente nas principais universidades brasileiras desde o início dos anos 1960, com um crescimento marcante nos anos 1980, ainda carrega um distanciamento da comunidade científica. O Brasil não valoriza adequadamente publicações de suas editoras universitárias. A comunidade científica da Unifesp pode e deve quebrar esse distanciamento e se aproximar firmemente da editora, contribuindo com sugestões de publicações, oferecendo suas pesquisas para publicação nas linhas editoriais definidas, emitindo pareceres específicos, quando solicitados, adotando os livros publicados nas suas bibliografias de apoio nas disciplinas e orientações, tornando a editora parte de sua vida acadêmica e científica. Quais são os assuntos de interesse para publicação pela editora? Uma editora universitária deve refletir, em primeiro lugar, as potencialidades que identificam uma universidade. Em igual medida, contribuir para um catálogo universal em ciências humanas e artes. Entendo que se devam publicar textos relevantes para linhas de forte projeção científica da universidade, combinada com uma ampla gama de títulos das áreas de humanidades e artes, base universal dos catálogos das grandes editoras acadêmicas internacionais. Qual a sua avaliação sobre o mercado editorial universitário no Brasil hoje? A edição universitária brasileira realizou um salto de qualidade em seu conjunto nos últimos 20 anos. Tanto do ponto de vista da qualidade editorial quanto de sua presença no mercado editorial. A Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu) contribuiu muito para esse salto e hoje, com mais de 120 editoras universitárias, o Brasil tem um nível de publicação bastante interessante. Esse salto de qualidade englobou todos os projetos editoriais, tanto os mais abrangentes, com um catálogo universal, quanto os mais específicos e regionais. Os livros das editoras universitárias brasileiras contribuem à bibliodiversidade de nossos catálogos. Como os meios virtuais impactam o trabalho da editora?  A resposta poderia ser simples e direta: impactam bem! A textualidade eletrônica adapta-se perfeitamente à edição universitária e científica. É instrumento fabuloso de ampliação do número de leitores. Mas é importante frisar: como todas as coisas fundamentais da vida humana, nenhum suporte da leitura é definitivo, exclusivo ou melhor do que o outro. Devemos valorizar os diversos suportes da leitura, oferecendo ao leitor a oportunidade de escolher aquele que mais o satisfaz. O mais adequado às suas finalidades de leitura. A ótica do leitor deve organizar o restante do trabalho editorial. Ao partirmos da ideia de que editamos para os leitores, a lógica das formas e dos suportes da escrita ganham uma dinâmica positiva e mais sensível ao que interessa aos autores e às editoras: que os livros sejam lidos!   Sumário do número 14
Equipe brasileira de halterofilismo tem convênio com o curso de Medicina Esportiva José Luiz Guerra A seleção brasileira paralímpica de halterofilismo fez sua preparação para os jogos paralímpicos Rio 2016, que ocorreram de 7 a 18 de setembro, na disciplina de Medicina Esportiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Os treinos aconteceram em duas oportunidades: a primeira entre os dias 15 e 21 de maio e a segunda entre 21 e 31 de agosto. Os atletas que treinaram na Unifesp foram: Bruno Pinheiro Carra, Evânio Rodrigues da Silva, João Maria de França Junior, Márcia Cristina de Menezes, Mariana D’Andrea, Mateus de Assis Silva e Terezinha Mulato dos Santos. Acompanharam a equipe os treinadores Carlos Williams Rodrigues da Silva, Valdecir Lopes da Silva e Wéverton Lima dos Santos. A seleção e a Unifesp possuem um convênio desde o início de 2015, vínculo que possibilita que alguns atletas treinem na disciplina de Medicina Esportiva. “Nesse final de preparação para as Paralimpíadas, tivemos a honra de receber em nosso centro uma parte do treinamento de toda a seleção”, celebra Benno Ejnisman, chefe da disciplina. Dentro da Medicina Esportiva da EPM/Unifesp funciona o Centro de Referência e Desenvolvimento de Halterofilismo de São Paulo (CRD/SP), órgão subordinado ao Comitê Paralímpico Brasileiro. O CRD/SP trouxe os aparelhos utilizados pelos atletas durante os treinamentos e os cedeu de forma definitiva à universidade. Além dos treinos, os atletas tiveram acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por fisioterapeutas, médicos do esporte e ortopedistas. “A possibilidade de treinar e, ao mesmo tempo, contar com um atendimento específico é um diferencial para os atletas, pois é difícil haver um lugar com essas condições”, observou Alberto Pochini, professor adjunto da disciplina de Medicina Esportiva e que também acompanhou os treinamentos. Centro de excelência em esportes Criada em 1997, a disciplina de Medicina Esportiva da EPM/Unifesp tem o intuito principal de atender atletas carentes, prestando assistência multidisciplinar gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O setor é referência no tratamento de lesões ligadas ao esporte e tem parcerias com o Centro Médico de Excelência da Fifa e com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Além do tratamento gratuito, a equipe da disciplina acompanha atletas profissionais, como os medalhistas olímpicos Arthur Zanetti e Maurren Maggi, e participa de grandes eventos, sendo os mais recentes a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, oferecendo suporte multiprofissional às equipes. Estrutura aprovada e resultado inédito Evânio Silva, atleta da categoria de até 88 quilos, conquistou a medalha de prata, a primeira da história do halterofilismo brasileiro em jogos olímpicos e paralímpicos, ao levantar 210 quilos. Quando esteve em treinamento na Unifesp, elogiou a estrutura de equipamentos e de exames disponibilizados aos atletas. “Fiz exames para saber se as minhas dores são provocadas por lesão ou tendinite. As dores atrapalham um pouco, mas atletas de alto rendimento convivem com elas”, diz ele. Bruno Carra, quarto colocado nas paralimpíadas na categoria de até 54 quilos, tem opinião semelhante. “Temos uma estrutura muito grande aqui, inclusive em relação aos exames preventivos que nós podemos fazer. É algo muito bom, pois além de ter toda a parte de treinamento, há esse algo a mais que não temos normalmente nos nossos centros de treinamentos”. Junto com Bruno e Evânio, as atletas Márcia Cristina de Menezes, Mariana D’Andrea e Terezinha Mulato dos Santos completaram a equipe da seleção brasileira de halterofilismo paralímpico que disputou os jogos Rio 2016. Murilo Spina, técnico responsável pelo CRD/SP e que acompanha os trabalhos da seleção, celebra os resultados obtidos recentemente. “Estamos em um momento de renovação da seleção, com uma mescla de atletas veteranos e jovens, alguns deles que fizeram uma boa participação na última competição de jovens em 2015, e a mistura está dando à seleção uma cara nova e um amadurecimento bem importante”. A evolução é comprovada pelos resultados mais recentes, como a inédita prata de Evânio Silva nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro (2016), as medalhas de ouro, também de Evânio, nos Jogos Parapanamericanos de Toronto (2015) e de Bruno Carra na Copa do Mundo de Halterofilismo do Rio de Janeiro (2016), além do bronze de Márcia Cristina de Menezes no mundial de Dubai (2014), a primeira medalha de um atleta brasileiro em mundiais. Além dos atletas da seleção brasileira paralímpica de halterofilismo, o atleta egípcio Sherif Othman também treinou na Medicina Esportiva da EPM/Unifesp. Tendo conquistado o bicampeonato mundial na Malásia (2010) e em Dubai (2014) e o bicampeonato paralímpico em Pequim (2008) e Londres (2012), na categoria de até 54 quilos, veio para o Brasil com o desafio de ser campeão em uma categoria superior, de até 59 quilos. E conseguiu. Além da medalha de ouro, Othman quebrou o recorde mundial, que era dele mesmo (210,5 quilos), estabelecendo a marca de 211 quilos. Antes dos jogos, no entanto, seu discurso pregava humildade. “Em qualquer competição, todos os atletas entram para conquistar o ouro e, por isso, você nunca pode dizer que vai vencer antes da competição terminar. Se eu conquistar a medalha de ouro aqui, ficarei feliz e honrado”, conclui.     Sumário do número 14
A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) nem sempre foi Proec. Antiga Pró-Reitoria de Extensão (Proex), a instância universitária responsável pela formulação da política de extensão na Unifesp e pela gestão das ações específicas dessa área é agora um órgão que abriga também ações voltadas à promoção da cultura. Nos últimos três anos, artistas em suas diversas manifestações passaram a ter presença crescente no calendário oficial da instituição, a exemplo do que ocorre com a já consolidada Semana Unifesp Mostra Sua Arte. Outras atividades de cultura envolvem a elaboração de um plano detalhado para a universidade, além das diversas parcerias com instituições relevantes no cenário nacional, como a Cinemateca Brasileira, Memorial da América Latina, o Centro Cultural Banco do Brasil e o Sesc-SP. Além disso, nessa gestão, é fortalecida a colaboração com o Ministério da Cultura (Minc) no Programa Mais Cultura nas Escolas e Mais Cultura nas Universidades, na institucionalização do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro (Neab) e na atuação no desenvolvimento da Cátedra Kaapora de Culturas Populares. Entretanto, os papéis tradicionais da Proec se mantêm. Ao fim do terceiro ano de gestão, a pró-reitoria comemora um envolvimento maior com a política de extensão da universidade, entendida atualmente como um conjunto de ações e processos de natureza educativa, cultural, científica e política, vinculados ao ensino e à pesquisa, de forma a reconstruir o conhecimento a partir da realidade vivida. A atuação tem ocorrido por meio do Conselho de Extensão e Cultura (Coec) e das Câmaras de Extensão e Cultura (Caecs) das unidades universitárias, cumprindo assim o fortalecimento necessário do papel das Caecs. Um dos grandes avanços foi a discussão, junto a todos os cursos, da inclusão de 10% de atividades de extensão nas grades curriculares da graduação, o que será implantado a partir de 2017. “Foi um claro avanço o processo de certificação on-line dos eventos e melhoria dos sistemas acadêmicos, que inclui o redesenho do sistema da Siex para garantir maior agilidade nas matrículas e certificações em cursos e eventos”, afirma a pró-reitora de Extensão e Cultura, Florianita Coelho Braga Campos. “Temos realizado processos avaliativos rigorosos e sistemáticos dos cursos de especialização e aperfeiçoamento, na modalidade EAD, ofertados pelo pólo Universidade Aberta do SUS (Unasus) da Proec/Unifesp, que já certificou aproximadamente 10 mil profissionais. Acrescido à avaliação pedagógica e dos alunos, os cursos têm sido objeto de indagações, elucidadas por meio de questionários, entrevistas e grupos focais realizados com os diversos agentes envolvidos no processo”. A pró-reitora explica que a avaliação constitui discussão e prática relevante ao campo da educação e desta forma iniciou-se pelos cursos EAD. Na área de Direitos Humanos, a Proec formulou um plano institucional que propõe a integração de atividades nessa área. “Temos atuado fortemente com movimentos sociais em cursos de formação na área, bem como na elaboração e desenvolvimento de debates e atividades de relevância; também em eventos fora da universidade, sempre trazendo e ouvindo as demandas da comunidade interna”, finaliza.     Sumário do número 14
João Bosco Pesquero, biológo molecular e professor do Departamento de Biofísica da EPM/Unifesp, integrou o comitê local de organização do Icsemis 2016. Para ele o esforço e dedicação dos docentes, técnicos e estudantes da Unifesp e de universidades parceiras fizeram do congresso um grande sucesso de público e de qualidade na produção científica. Pesquero afirma que o que torna o congresso o maior e mais importante em nível mundial é a sua interdisciplinaridade e a presença de pesquisadores e profissionais de todo o globo. “O evento tem grande impacto sobre a população mundial, não apenas aos atletas profissionais ou amadores. O principal objetivo é aliar a Educação, Medicina e Ciências do Esporte em prol da saúde e do atleta, bem como incentivar à prática de atividade física”, comentou. O professor também afirmou que a realização do Icsemis 2016 no Brasil foi uma forma importante de desenvolver e consolidar a ciência esportiva no país. A troca de conhecimento e colaborações entre profissionais brasileiros e estrangeiros promoveram um saber científico importante para o desenvolvimento do esporte. De acordo com a sua avaliação, o congresso foi um marco extremamente importante para a Unifesp, pois evidenciou o potencial e a capacidade da universidade para realizar grandes tarefas com qualidade e determinação. “Pelo fato de ser uma instituição acadêmica de excelência e uma universidade norteada pela interdisciplinaridade associada à excelência em pesquisa e recursos humanos, a universidade reuniu condições de ser protagonista nesse processo”. Ao analisar a importância de aliar o saber ao esporte, ele finaliza: “Grandes eventos não se fazem apenas com arenas bonitas, atletas na plenitude de sua performance ou arquibancadas cheias, mas com a possibilidade de consolidar uma cultura esportiva permeada pela ciência”. Participantes Soraj Habib (23) nasceu no Afeganistão, onde cresceu ao lado de sua família. Aos nove anos de idade, quando participava de um piquenique com alguns parentes, viu um cano amarelo no campo e pegou o objeto para brincar com alguns amigos. O artigo era uma granada que, em poucos segundos, explodiu em suas mãos. Um dos seus primos morreu no acidente e ele perdeu as duas pernas e o dedo de uma das mãos. Os anos seguintes foram muito difíceis para ele, que não teve mais amigos, pois as crianças da sua idade não queriam brincar com um cadeirante. Como a cidade não tem mobilidade para pessoas com deficiência, dependia de ajuda para se locomover e, por isso, saía bem pouco de casa. Aos 15 anos Soraj mudou-se para a Austrália para aprimorar o inglês e também para ser mais independente, já que o país possui melhores condições de acessibilidade. Sua família nunca conseguiu sair do país, por isso, não os vê há oito anos. Vive sozinho no país da Oceania como refugiado. Mesmo tendo passado por todas essas situações, ele segue otimista quanto à pacificação de sua terra natal, para que possa ver seus amigos e parentes. Ele espera também que a política de refugiados na Austrália permita sua permanência e, principalmente, que possibilite a mudança de sua família. Apaixonado pelo futebol brasileiro, o rapaz dedica sua vida ao esporte. Atualmente ele estuda Serviço Comunitário com foco em pessoas com deficiência e é jogador da liga australiana de basquete em cadeira de rodas com o objetivo de disputar uma paralimpíada na modalidade. Em sua primeira participação no Icsemis, ele apresentou um pôster para contar sua história de vida. Também aproveitou a troca de conhecimento dos simpósios e palestras para saber o que tem sido feito ao redor do mundo para ajudar as pessoas com deficiência física. "No Afeganistão é muito difícil viver por causa das guerras. Mas é ainda pior quando você tem alguma deficiência, pois não há espaços adaptados que facilitem a acessibilidade". Ligia Bahu (25) é mestranda na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP). Atualmente trabalha com nado sincronizado paralímpico e durante o congresso assistiu ao simpósio sobre o tema. Ela também apresentou um pôster sobre ginástica para pessoas com deficiência, que contemplou uma revisão de documentos da Confederação Brasileira de Ginástica e das federações estaduais do Brasil para ver se eles tratam formas de trabalhar os diferentes tipos de ginástica adaptada. Para ela a participação de pessoas de vários lugares do mundo enriquece muito o debate sobre o tema, pois é uma forma de ver várias maneiras de analisar um mesmo fenômeno.   Alvin Ima (25), do Canadá, é pesquisador em políticas do esporte com foco no multiculturalismo. Para ele a melhor parte do Icsemis é a interdisciplinaridade, pois o evento contou com a presença de pesquisadores de áreas diferentes falando sobre um mesmo tema. “Posso ver um biofísico, médico, psicólogo do esporte ou sociólogo falando sobre os diversos temas relacionados ao esporte”. Além de participar do congresso, aproveitou a visita ao Brasil para ver alguns amigos e assistir a abertura dos jogos paralímpicos. O chinês Chang Wang (22) é estudante universitário de Ciências do Esporte em seu país natal. Ele decidiu participar do congresso após ser muito incentivado e recomendado pelos seus professores. Para ele foi ótimo ver como os cientistas de várias partes do mundo enxergam o esporte, ver simpósios e palestras que agregarão à sua carreira e, principalmente, saber como poderá contribuir no futuro para o desenvolvimento do esporte. Ednah (33) desenvolve pesquisas relacionadas à atividade física e deficiência. Francis (47) é graduado em Educação Física e é pesquisador em Ciências do Esporte. Ambos são quenianos e vieram ao Brasil pela primeira vez, especificamente para participar do Icsemis. Eles elogiaram os tópicos dos simpósios e assistiram ao maior número possível de apresentações. Afirmam ter recebido muito conhecimento e que a interdisciplinaridade permitiu ver estudos sobre um mesmo tema sob diversos pontos de vista. O libanês Nadin Nassif (37) apreciou o período de troca de ideias e experiência que o congresso proporcionou. Pesquisador de Políticas do Esporte, ele ficou impressionado com a quantidade de assuntos relacionados à sua área. Ele apresentou um pôster e ficou satisfeito em ver que havia muitas pessoas interessadas no trabalho que ele está fazendo e nos estudos aos quais se dedica.   Sumário do número 14
Alçar voos ainda mais altos Entramos no último semestre de nossa gestão. Coerentes com o princípio de transparência que sempre marcou nossa trajetória, apresentamos aqui uma análise do que foram esses últimos anos de Unifesp. O raio-X da gestão que você verá nas próximas páginas é uma prestação de contas, cujo objetivo maior é contribuir para que nossa comunidade acadêmica se aproprie da história recente que construímos juntos. Nossa gestão atravessou um período delicadíssimo na história do país, com uma crise econômica e política que se tornou um grande obstáculo aos nossos avanços. Finalizado em 2013 o período áureo de expansão das universidades federais, em que recursos não faltaram, entramos em um momento inverso caracterizado pela forte contenção orçamentária. Em meio à impressão de crescente descrédito generalizado sobre as instituições públicas, principalmente em razão de escândalos divulgados na mídia, trabalhamos e zelamos para manter a Unifesp em um patamar de qualidade compatível com sua missão e de profundo reconhecimento pela sociedade. Só pudemos lidar com as limitações orçamentárias a partir de um trabalho genuinamente colaborativo de planejamento e execução entre a Reitoria e as direções dos campi. Portanto, ao longo desses anos lidamos com uma série de desafios importantes, tanto internos como externos. No início do mandato, promovemos uma inadiável reorganização administrativa com vistas à melhoria da governança institucional e de sua eficiência. Ampliamos a participação da comunidade nas decisões sobre os rumos da Unifesp, criando o Conselho de Planejamento e a Pró-Reitoria de Gestão com Pessoas e seu respectivo conselho. Esses dois conselhos foram concebidos com o conceito de composição paritária, algo inédito até então na Unifesp. Realinhamos as atribuições da Pró-Reitoria de Administração e criamos as câmaras técnicas, que são importantes fóruns de decisões administrativas com a participação das direções dos campi e de seu corpo técnico especializado, implementando um processo de descentralização de forma segura e responsável. Contratamos e preparamos os planos diretores de infraestrutura (PDInfra), que se tornaram um novo paradigma de planejamento em nossa universidade e até mesmo despertaram o interesse de outras instituições. Também reestruturamos o Comitê Gestor do Hospital São Paulo/ Hospital Universitário, de forma a tornar a Unifesp efetivamente protagonista de sua condução. Iniciamos a implementação da jornada flexibilizada dos servidores (30 horas) com planejamento para torná-la uma conquista irrevogável. E conduzimos a reforma do Estatuto e Regimento da Unifesp para atualizar a estrutura de decisões e de organização. No campo acadêmico, apoiamos e organizamos diversos eventos integradores do ensino, pesquisa e extensão, fortalecemos as câmaras acadêmicas nos campi, buscamos melhorar a infraestrutura dedicada, contratamos mais técnicos administrativos em educação e docentes, incorporamos definitivamente a cultura nas ações da Unifesp e iniciamos a construção do Plano Pedagógico-Institucional (PPI) de forma participativa. Apesar de a Unifesp ainda ter muito a fazer, verificamos que em 2015 fomos a universidade federal com melhor produtividade no país (produção/docente), fruto do esforço coletivo e da qualidade de nossos pesquisadores, técnicos e alunos. Isso mostra que a Unifesp vai alçar voos ainda mais altos. Nesses últimos anos vimos a Unifesp se transformar. Definitivamente rumou para a identidade de uma universidade multitemática e mais integrada, o que verificamos inclusive com a criação de programas de pós-graduação intercampi. Sabemos que essa identidade ainda está em construção, mas reconhecemos que hoje temos o alicerce firmado para atingir esse objetivo. Não foram anos fáceis, mas também pudemos celebrar conquistas para nós e para a sociedade. Isso sinaliza que temos definitivamente uma nova Unifesp, com mais democracia e mais espaço para a diversidade.     Sumário do número 14
Nos últimos três anos, a Unifesp investiu os seus esforços no crescimento das demais áreas do conhecimento, além da Saúde, que emergiram com a expansão iniciada em 2006. Como resultado, a Unifesp atingiu a marca de 61 cursos de pós-graduação, entre mestrado acadêmico, profissional e doutorado, todos recomendados pela Capes, sendo 20% deles com notas 6 ou 7 (excelentes), 20% com nota 5 (muito bons), 33% com nota 4 (bons) e 27% (todos cursos novos) com nota 3. Em 2015, 4.793 alunos se matricularam nesses programas. A instituição também aderiu aos mestrados profissionais em rede. Maria Lucia Formigoni, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, destaca a atuação da Unifesp no Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop). “Começamos a participar de uma maneira tão ativa que, após o primeiro ano de gestão, fui eleita coordenadora da Região Sudeste do Foprop e, no ano seguinte, vice-coordenadora do segmento de todas as federais, posição que ocupo atualmente”. A pró-reitora foi convidada pela Fapesp a integrar o grupo de trabalho que redigiu o Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, com vigência de 2016 a 2020. A Unifesp também firmou uma parceria com as federais paulistas (UFABC e Ufscar) para o desenvolvimento de projetos de pesquisas interinstitucionais, compartilhamento de equipamentos e ações relativas às políticas universitárias. Além disso, a gestão ampliou a organização do Escritório de Apoio ao Pesquisador (EAP/Unifesp), adquirindo softwares para análise estatística disponibilizados para docentes e TAEs, assim como auxiliando na captação de recursos e resolução de demandas burocráticas. Em 2015, foi criada na página da PROPGPq uma aba específica destinada aos equipamentos multiusuários, congregando informações obtidas a partir de um censo dos equipamentos de médio e grande porte, realizado em parceria com as câmaras de pós-graduação das unidades universitárias. O local inclui dados sobre a política institucional relacionados ao uso desses equipamentos. Por meio do site, o pesquisador pode cadastrar e localizar aparelhos. “Já existiam alguns laboratórios multiusuários, mas nós incentivamos o investimento nos projetos institucionais, em especial os patrocinados pela Finep, para os quais é possível solicitar verbas de grande vulto, e que todos tivessem obrigatoriamente esse caráter”, afirma Formigoni. Em parceria com a Reitoria e com as câmaras de pós-graduação, a PROPGPq elegeu sete áreas prioritárias que gerarão projetos temáticos institucionais: Oncologia (Pesquisa Básica e Clínica); Longevidade; Humanidades - Estudos do Período Pós-colonial e Educação; Violência, Drogas e Outros Problemas Urbanos; Alimentos e Segurança Alimentar; Energia, Clima e Água; Metabolismo, Inflamação e Doenças Negligenciadas. A gestão atual também deu maior autonomia às câmaras de pós-graduação dos campi. Para apoiar ;descentralização, os coordenadores das câmaras se reúnem mensalmente com os responsáveis pelas quatro coordenadorias da PROPGPq (a de Pós-graduação, a de Pesquisa, a de Cientometria e Gestão da Informação e a de Programas e Projetos Internacionais). “Esses encontros ajudam a agilizar e melhorar os processos administrativos e a divulgação da informação que vem do conselho”, pondera a pró-reitora. Em relação ao orçamento da Reserva Técnica Institucional (RTI/Fapesp), desde a concessão relativa a 2015, a utilização de 70% dos recursos é proposta pelas câmaras, enquanto a PROPGPq gerencia os outros 30%. A pró-reitoria também gerenciou o uso e realizou prestação de contas de 100% das verbas que foram aprovadas para os anos de 2012 (relativa a 2011) e 2013 (relativa a 2012). “Estamos concluindo o uso da verba de 2014 (relativa a 2013) e já empenhamos quase metade da verba de 2015 (relativa a 2014)”, completa. Entre os investimentos feitos por meio RTI/Fapesp, a PROPGPq adquiriu os sistemas Pergamon, voltado para o repositório institucional, que armazena e permite acesso à produção intelectual da Unifesp, e o Somos, que vai permitir avanço da Cientometria, viabilizando o desenvolvimento de mais indicadores da produção acadêmica institucional, aumentando a visibilidade de produção e conhecimento, além do software Statistica, que possui um conjunto de ferramentas para análises estatísticas, gestão e visualização de base de dados.       Sumário do número 14
Campus Baixada Santista sediou a 3ª edição de um congresso que contou com a participação de 46 países Antonio Saturnino Durante cinco dias, Santos foi a capital mundial das Ciências do Esporte. De 31 de agosto a 4 de setembro a cidade sediou a terceira edição do Icsemis (sigla em inglês para Convenção Internacional de Ciência, Educação e Medicina no Esporte), congresso que acontece uma vez a cada quatro anos, sempre no país-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, cuja organização local foi realizada pela Unifesp. Foram mais 1.400 trabalhos apresentados, entre palestras, simpósios e apresentação de pôsteres. Ao todo o congresso recebeu cerca de 2 mil inscritos, sendo que mais de 60% desse total eram estrangeiros, provenientes de 46 países diferentes. Os números superam as duas primeiras edições do evento, realizadas em Guangzhou, na China (2008), e em Glasgow, no Reino Unido (2012). “Quando o Brasil foi anunciado como país-sede da Olimpíada e Paralimpíada, consequentemente, sabíamos que o Icsemis seria realizado aqui e vimos como uma grande oportunidade de nos aproximarmos dos pesquisadores da América Latina”, afirmou Detlef Dumon, diretor executivo do Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE) e membro do Comitê Internacional de Organização. O tema do congresso neste ano foi Dizendo Sim à Diversidade no Esporte, mostrando a importância de que a diferença de gênero, raça, cultura e religião sejam respeitadas, de forma que o esporte seja um fator de união dos povos e de respeito às pluralidades. “Se você olhar para as federações internacionais, há bem poucas lideradas por mulheres. Nunca tivemos uma mulher presidente do COI ou da Fifa. Há inclusive bem poucas técnicas de times de futebol, inclusive em times femininos. Ainda há muito trabalho a ser feito. Falta representatividade de homossexuais no esporte, por exemplo. No futebol é praticamente inaceitável, mas sabemos que existem. O tema precisa ser debatido”, completou Dumon. Entre os estudos apresentados, houve pesquisas indicando o fator genético para o desempenho no esporte, a prática de atividade física como forma de prevenir doenças e diminuir os gastos com saúde pública, o legado dos jogos olímpicos e paralímpicos sob diversos pontos de vista, o impacto do esporte na saúde mental, o desenvolvimento do esporte paralímpico, reabilitação e horários em que nosso organismo tem melhor desempenho na prática de atividade física. A Unifesp foi escolhida para sediar o evento pelo fato de possuir um curso de Educação Física consolidado, aliado à relevância nacional do seu curso de Medicina e da produção de pesquisas relacionadas ao esporte. Em 2014 a instituição, bem como outras universidades públicas do Estado de São Paulo, foi convidada pelo Ministério do Esporte para conhecer o edital de seleção para sediar o Icsemis 2016. O projeto da Unifesp foi escolhido por destacar o potencial acadêmico-científico dos profissionais da área do Esporte, Educação e Saúde. A cidade de Santos foi escolhida não por acaso.  Além de sua beleza natural, o município tem história conhecida na área de esportes e abriga o curso de Educação Física da Unifesp. A instituição mobilizou tanto o corpo docente quanto o discente na realização do congresso. Cerca de 50 alunos da graduação e pós-graduação trabalharam como voluntários no evento. Além disso, quase 60 professores fizeram parte dos comitês de organização, mediaram debates e/ou palestraram durante o Icsemis. Para a bióloga Regina Spadari, professora do Campus Baixada Santista e vice-presidente do comitê local de organização, a realização da convenção contribuirá de forma muito positiva para o esporte no Brasil e para o curso de Educação Física da Unifesp. “O programa científico incluiu dez palestras de pesquisadores renomados, 112 simpósios, 1.956 apresentações orais e pôsteres. Além disso, um rico programa cultural foi oferecido aos participantes, que incluiu atividades esportivas em uma tenda montada pelo Sesc na praia do Gonzaga, apresentações musicais nos intervalos das atividades científicas, divulgando nossa cultura e nossa música em seus diferentes ritmos e expressões. Foi um período muito rico de troca de conhecimento que nos possibilitou mostrar nossa produção científica e nossas manifestações culturais”, afirmou. A organização local contou com representantes de outras universidades públicas, entre as quais estão a Unicamp, USP, Unesp e UFMG, além do Celafiscs. O evento teve a parceria da prefeitura de Santos, do Sesc e do Santos Futebol Clube, e com apoio do Hospital Israelita Albert Einstein, Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, UFABC, UFSCar, UFCSPA, da Fapesp e do Ministério do Esporte. O Comitê Internacional de Organização, composto pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), pelo Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE) e pela Federação Internacional de Medicina do Esporte (FIMS), ressaltou o sucesso da terceira edição do evento. Durante o encerramento, o presidente do ICSSPE, Uri Schaefer, afirmou: “O país mostrou suas habilidades em organizar grandes eventos e foi uma oportunidade única para aprendermos mais sobre os conhecimentos científicos e atividades esportivas desse povo”. Ele continuou: “Acreditamos que o esporte é um projeto de excelência e agradecemos seus esforços e trabalho árduo para a realização do Icsemis 2016”.     Sumário do número 14
O planejamento talvez tenha sido o maior desafio da gestão, em razão do vertiginoso crescimento experimentado pela Unifesp na última década. Criada em 14 de dezembro de 2011, a Pró-Reitoria de Planejamento (ProPlan) teve de ser estruturada, especialmente na área de planejamento de espaços físicos e no quadro de pessoal. Em 2016, a pró-reitoria conta com 31 servidores, frente aos sete que ali trabalhavam em 2012. “Pensamos que o planejamento deve servir como local que ofereça estudos e documentos que permitam à gestão tomar uma decisão adequada. Não é planejar pela instituição, mas para ela. Termos uma quantidade de estudos para que a instituição tome o caminho certo em decorrência desses estudos e não de um achismo de momento”, afirma Esper Cavalheiro, pró-reitor de Planejamento. O principal desafio, segundo Cavalheiro, dizia respeito à infraestrutura, defasada em relação às demandas dos novos campi e da crescente comunidade acadêmica. “A necessidade de correção da infraestrutura e depois de sua ampliação foi muito bem aceita pela comunidade”, afirma Cavalheiro. A ProPlan elaborou o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do quinquênio 2016-2020 e a revisão do documento anterior (2011-15). O pró-reitor diz que esse processo ocorreu de forma participativa. “O diferencial do nosso PDI é que ele chamou a comunidade a participar. Ele saiu com o formato proposto pela comunidade e a gestão teve que se adaptar a esses anseios”. Para ele, o documento não só retrata as demandas da universidade, como também mostra o seu papel perante a sociedade. “Como podemos responder à demanda da sociedade que deposita em nossas mãos a responsabilidade da formação dos seus filhos? Como tratar isso de forma consciente e adequada? Quando uma família celebra a entrada de seu filho na universidade, ela transfere à instituição os seus anseios e expectativas da formação de um cidadão digno e essa é uma grande carga”. Ainda segundo Cavalheiro, foi elaborada uma “revisão de meio termo” do PDI 2011-15, antes da entrega do atual documento. “Nem tudo o que tinha sido planejado em 2011 teria sido alcançado. As condições políticas, econômicas e sociais mudaram”. O atual PDI, que vigorará até 2020, contará com uma comissão de acompanhamento institucional. O desafio da infraestrutura Uma das medidas tomadas pela ProPlan foi a criação de quatro departamentos: o de Imóveis, o de Edificações, o de Planos Diretores e o de Laboratórios, sendo que os três primeiros trabalham de forma cíclica. “Não havia base confiável de patrimônio da universidade, condições dos imóveis, regularização, laudo dos bombeiros, acessibilidade e política de terras”, diz Pedro Arantes, pró-reitor adjunto de Planejamento, ao explicar a criação do Departamento de Imóveis. Coube ao Departamento de Planos Diretores dar base para a definição de estratégia dos planos diretores de infraestruturas (PDInfras). Os PDInfras, que são desenvolvidos em consonância com o PDI, visam organizar e planejar a infraestrutura da universidade, avaliando as condições de funcionamento dos campi e propondo providências frente às demandas da comunidade, resolvendo problemas atuais, dando apoio à estrutura existente e projetando de forma conjunta as estruturas futuras. Esses planos ajudam a fazer diagnóstico dos imóveis, propondo as soluções necessárias, indicam terrenos a serem adquiridos e exploram questões como a mobilidade e sustentabilidade. “É importante termos uma equipe institucional nesse processo, porque estamos construindo inteligência em cultura de projetos públicos, fazendo com que a universidade tenha quadros técnicos próprios, que saibam entender seus problemas, diagnosticá-los e solucioná-los de forma participativa”, afirma Arantes. O PDInfra dos campi Baixada Santista e Diadema já foram finalizados, enquanto o de São Paulo está em execução. Departamentos em ação O Departamento de Edificações acompanha e fiscaliza as obras, desde o projeto executivo, analisando orçamento, cronograma e preparando a licitação. “Contratamos empresas para fazer os projetos executivos e depois uma construtora para realizar a obras, mas o gerenciamento, planejamento e a fiscalização não podem ficar a cargo de uma empresa. Temos capacidade técnica e intelectual para isso”, afirma Arantes. Já o Departamento de Laboratórios visa normatizar os laboratórios existentes e orientar as futuras construções. “Elaboramos uma cartilha de como contratar projetos de laboratório, com base no diagnóstico que fizemos no início da gestão. Trata-se de um documento de oficialização de demanda que deve ser preenchido e anexado no processo para aprovação do conselho do campus correspondente e no Conselho de Planejamento (Coplan). Isso aumentou a transparência e ajudou a instruir melhor os processos”, diz o pró-reitor adjunto. Para dar suporte à essa nova realidade, o quadro de pessoal da área de infraestrutura precisou ser aumentado de 37 servidores em 2012, para os atuais 83. “Os campi Baixada Santista, Guarulhos e Osasco não tinham engenheiros, arquitetos e técnicos de edificações. Cabia a um administrador ou auxiliar gerir os problemas de infraestrutura e o planejamento local que não era feito pela Reitoria”, afirma Arantes. Os demais campi também tiveram o número de seus quadros ampliados. Além dos departamentos, foram criadas as mesas técnicas e a Câmara Técnica de Infraestrutura. Nas primeiras, o Escritório Público de Projetos da ProPlan e os escritórios locais dos campi encontram-se para tratar de casos específicos, relacionados a projetos, licitações e outras demandas, sendo que todas as atas são registradas e publicadas no site da ProPlan, ficando como uma espécie de memória de decisões da área técnica de infraestrutura. Já na segunda, onde toda a equipe de infraestrutura da Reitoria e dos campi se encontram, acontecem as discussões coletivas das regulamentações, normatizações, portarias e estudos de caso. Desde o início da gestão, a ProPlan concluiu oito obras e tem onze em andamento. Já em relação aos projetos executivos, um está concluído, nove em andamento, um em finalização e três aguardam licitação. Estima-se que os projetos executivos totalizem uma área de cerca de 135 mil m2 entre construções e reformas, o que corresponde a 84% da área construída. Além disso, foram reformados cerca de 20 mil m2, com participação das comunidades envolvidas e maior qualidade no resultado final.     Sumário do número 14