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Medalhistas treinaram na Unifesp

Equipe brasileira de halterofilismo tem convênio com o curso de Medicina Esportiva José Luiz Guerra A seleção brasileira paralímpica de halterofilismo fez sua preparação para os jogos paralímpicos Rio 2016, que ocorreram de 7 a 18 de setembro, na disciplina de Medicina Esportiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Os treinos aconteceram em duas oportunidades: a primeira entre os dias 15 e 21 de maio e a segunda entre 21 e 31 de agosto. Os atletas que treinaram na Unifesp foram: Bruno Pinheiro Carra, Evânio Rodrigues da Silva, João Maria de França Junior, Márcia Cristina de Menezes, Mariana D’Andrea, Mateus de Assis Silva e Terezinha Mulato dos Santos. Acompanharam a equipe os treinadores Carlos Williams Rodrigues da Silva, Valdecir Lopes da Silva e Wéverton Lima dos Santos. A seleção e a Unifesp possuem um convênio desde o início de 2015, vínculo que possibilita que alguns atletas treinem na disciplina de Medicina Esportiva. “Nesse final de preparação para as Paralimpíadas, tivemos a honra de receber em nosso centro uma parte do treinamento de toda a seleção”, celebra Benno Ejnisman, chefe da disciplina. Dentro da Medicina Esportiva da EPM/Unifesp funciona o Centro de Referência e Desenvolvimento de Halterofilismo de São Paulo (CRD/SP), órgão subordinado ao Comitê Paralímpico Brasileiro. O CRD/SP trouxe os aparelhos utilizados pelos atletas durante os treinamentos e os cedeu de forma definitiva à universidade. Além dos treinos, os atletas tiveram acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por fisioterapeutas, médicos do esporte e ortopedistas. “A possibilidade de treinar e, ao mesmo tempo, contar com um atendimento específico é um diferencial para os atletas, pois é difícil haver um lugar com essas condições”, observou Alberto Pochini, professor adjunto da disciplina de Medicina Esportiva e que também acompanhou os treinamentos. Centro de excelência em esportes Criada em 1997, a disciplina de Medicina Esportiva da EPM/Unifesp tem o intuito principal de atender atletas carentes, prestando assistência multidisciplinar gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O setor é referência no tratamento de lesões ligadas ao esporte e tem parcerias com o Centro Médico de Excelência da Fifa e com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Além do tratamento gratuito, a equipe da disciplina acompanha atletas profissionais, como os medalhistas olímpicos Arthur Zanetti e Maurren Maggi, e participa de grandes eventos, sendo os mais recentes a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, oferecendo suporte multiprofissional às equipes. Estrutura aprovada e resultado inédito Evânio Silva, atleta da categoria de até 88 quilos, conquistou a medalha de prata, a primeira da história do halterofilismo brasileiro em jogos olímpicos e paralímpicos, ao levantar 210 quilos. Quando esteve em treinamento na Unifesp, elogiou a estrutura de equipamentos e de exames disponibilizados aos atletas. “Fiz exames para saber se as minhas dores são provocadas por lesão ou tendinite. As dores atrapalham um pouco, mas atletas de alto rendimento convivem com elas”, diz ele. Bruno Carra, quarto colocado nas paralimpíadas na categoria de até 54 quilos, tem opinião semelhante. “Temos uma estrutura muito grande aqui, inclusive em relação aos exames preventivos que nós podemos fazer. É algo muito bom, pois além de ter toda a parte de treinamento, há esse algo a mais que não temos normalmente nos nossos centros de treinamentos”. Junto com Bruno e Evânio, as atletas Márcia Cristina de Menezes, Mariana D’Andrea e Terezinha Mulato dos Santos completaram a equipe da seleção brasileira de halterofilismo paralímpico que disputou os jogos Rio 2016. Murilo Spina, técnico responsável pelo CRD/SP e que acompanha os trabalhos da seleção, celebra os resultados obtidos recentemente. “Estamos em um momento de renovação da seleção, com uma mescla de atletas veteranos e jovens, alguns deles que fizeram uma boa participação na última competição de jovens em 2015, e a mistura está dando à seleção uma cara nova e um amadurecimento bem importante”. A evolução é comprovada pelos resultados mais recentes, como a inédita prata de Evânio Silva nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro (2016), as medalhas de ouro, também de Evânio, nos Jogos Parapanamericanos de Toronto (2015) e de Bruno Carra na Copa do Mundo de Halterofilismo do Rio de Janeiro (2016), além do bronze de Márcia Cristina de Menezes no mundial de Dubai (2014), a primeira medalha de um atleta brasileiro em mundiais. Além dos atletas da seleção brasileira paralímpica de halterofilismo, o atleta egípcio Sherif Othman também treinou na Medicina Esportiva da EPM/Unifesp. Tendo conquistado o bicampeonato mundial na Malásia (2010) e em Dubai (2014) e o bicampeonato paralímpico em Pequim (2008) e Londres (2012), na categoria de até 54 quilos, veio para o Brasil com o desafio de ser campeão em uma categoria superior, de até 59 quilos. E conseguiu. Além da medalha de ouro, Othman quebrou o recorde mundial, que era dele mesmo (210,5 quilos), estabelecendo a marca de 211 quilos. Antes dos jogos, no entanto, seu discurso pregava humildade. “Em qualquer competição, todos os atletas entram para conquistar o ouro e, por isso, você nunca pode dizer que vai vencer antes da competição terminar. Se eu conquistar a medalha de ouro aqui, ficarei feliz e honrado”, conclui.     Sumário do número 14