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Programa da Unifesp oferece apoio a pessoas em luto

Atendimentos via SUS são destinados a crianças, adolescentes e adultos

A imagem apresenta o logotipo do PROALU – Programa de Acolhimento ao Luto. O texto está dividido em duas partes:  A parte superior, com a sigla "PROALU", está escrita em letras maiúsculas verdes, com um design elegante e orgânico. A letra "A" é formada por um galho estilizado, de onde brotam flores de orquídea cor-de-rosa e lilás, que também se espalham sobre as letras "A" e "L".  A parte inferior traz o nome completo do programa: "Programa de Acolhimento ao Luto", escrito em fonte cursiva e na cor rosa.  O design é delicado e transmite uma sensação de acolhimento, cuidado e sensibilidade, condizente com a temática do luto. As flores reforçam a ideia de conforto e beleza mesmo em momentos difíceis.

Desde maio de 2020, o Programa de Acolhimento ao Luto (Proalu) do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (Caism/Unifesp) oferece atendimentos a pessoas com mais de 18 anos de todo o país, por meio do acolhimento breve ao luto on-line pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente voltado àqueles(as) que perderam seus entes queridos vítimas de covid-19, a partir de 2021, o Proalu começou a atender pessoas enlutadas – crianças, adolescentes e adultos – por perdas decorrentes de todos os tipos de morte, incluindo as que passaram por perdas gestacionais.

"No momento, os atendimentos das crianças e adolescentes, o que chamamos de pequenos(as) enlutados(as), ainda estão acontecendo apenas presencialmente no Caism, localizado na Vila Mariana, em São Paulo, mas estamos desenvolvendo uma plataforma específica para podermos acolhê-los(as) de forma virtual também, o que esperamos conseguir colocar em prática em 2023", relata a psicóloga Samantha Mucci, coordenadora do Proalu e professora do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo.

Os atendimentos são realizados por psicólogos(as) voluntários(as), psiquiatras colaboradores(as) e residentes de Psicologia, Psiquiatria e de Medicina da Saúde da Família. Eles(as) são treinados(as), e os atendimentos são supervisionados semanalmente por uma equipe especializada em luto. Ao todo, incluindo a docente coordenadora e um técnico-administrativo em educação, o quadro funcional do programa é composto por quase 80 profissionais.

A imagem mostra duas mulheres sorrindo, usando crachás de identificação com cordões verdes, em frente ao edifício do CAISM – Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental, parte da rede da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, como indicado na placa azul ao fundo. Ambas estão vestidas de maneira casual, com blusas simples (uma roxa e outra preta) e calças jeans.  O ambiente é ao ar livre, com árvores, plantas ornamentais e um prédio de tijolos à vista com janelas arqueadas. Há também uma escada branca e vermelha ao lado das mulheres, indicando a entrada do prédio.  A imagem transmite uma atmosfera acolhedora e profissional, possivelmente relacionada ao trabalho de cuidado emocional ou de apoio psicológico, como pode estar vinculado ao programa PROALU (Programa de Acolhimento ao Luto), mencionado na imagem anterior.
A coordenadora do Proalu, professora Samantha Mucci, e a coordenadora do Núcleo dos(as) Pequenos(as) Enlutados(as), Renata Barizon

Como funcionam os atendimentos e os agendamentos

Para os indivíduos maiores de 18 anos, é realizado atendimento em acolhimento breve ao luto (quatro encontros on-line) ou em psicoterapia de luto (12 encontros virtuais), e às crianças e adolescentes, é oferecida ludoterapia em luto presencial (16 encontros, sendo 12 encontros consecutivos, dois quinzenais e dois mensais). Já com os(as) cuidadores(as) sobreviventes, ocorrem grupos de acolhimento e orientação ao cuidado com o(a) pequeno(a) enlutado(a) por meio da Internet (oito encontros).

Os agendamentos são realizados pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo site www.proalu.com.br. A própria pessoa enlutada ou um(a) profissional da saúde pode enviar uma mensagem com pedido de atendimento, contendo o nome, número da carteira do SUS e celular para a equipe de triagem entrar em contato. "Os atendimentos aos(às) pequenos(as) enlutados(as) estão mais demorados, mas estão sendo realizados", ressalta a coordenadora.

A imagem mostra um momento de interação entre uma mulher adulta e uma criança em um ambiente acolhedor e colorido, possivelmente uma sala de leitura ou brinquedoteca.  A criança, com cabelos longos e cacheados, está vestindo uma camiseta vermelha e uma saia azul com estrelas, além de um laço azul e rosa no cabelo.  A mulher, de costas, tem cabelos loiros e está usando uma blusa roxa.  Ambas estão olhando um livro ilustrado aberto, que parece ser infantil, com imagens coloridas de personagens e cenários lúdicos.  Ao fundo, há estantes com livros organizados, reforçando o ambiente educativo e afetivo.  A cena transmite um momento de acolhimento, escuta e vínculo, reforçando o papel de programas como o PROALU, voltados ao suporte emocional – neste caso, possivelmente relacionado ao atendimento de crianças enlutadas de maneira sensível e humanizada.
Para crianças e adolescentes, o Proalu oferece ludoterapia em luto de forma presencial

O que é o luto e quando procurar ajuda

A professora Samantha Mucci descreve o luto como um processo natural pelo qual todos(as) passamos ao longo da vida, diante da ruptura de um vínculo significativo. "O(a) enlutado(a) precisa ressignificar sua relação com a pessoa que morreu, com a sua vida e sua finitude. O modo como cada um(a) vivencia o seu luto é muito singular e é influenciado pela maneira e momento de vida que se deu a perda, pela personalidade, pelos valores e crenças da pessoa enlutada e, especialmente, pela qualidade da relação que ela tinha com a pessoa que morreu", detalha. Além disso, segundo ela, o tempo do processo de luto também é muito subjetivo e precisa ser respeitado. "Em um processo de luto natural, a pessoa enlutada vivenciará momentos de tristeza, saudade, lembrará daquela que morreu, assim como vivenciará momentos de retomada de sua vida com essa ausência".

Porém, a coordenadora do Proalu alerta que entre 10 e 15% das pessoas enlutadas podem apresentar maior dificuldade em lidar com seu processo de luto, apresentando um sofrimento intenso e duradouro que pode tirar o seu interesse em retomar a vida e realizar até mesmo atividades que anteriormente gostava muito. "Ela pode não se sentir compreendida pelas pessoas mais próximas, ter vontade de se isolar, vivenciar sentimentos de tristeza, culpa e pesar intensos e persistentes, acompanhados por pensamentos ruminativos ou imagens insistentes do(a) ente querido(a) falecido(a) e por um sentimento de descrença ou incapacidade de aceitar a realidade da morte da pessoa. Nesses casos, é preciso buscar ajuda especializada", orienta a psicóloga.

"Acreditamos que a psicoeducação em luto é muito importante para o indivíduo enlutado entender o que está vivenciando. No site do Proalu e no perfil do Instagram, temos dicas de livros, filmes, podcasts, assim como textos elaborados pela equipe do programa e um espaço de memórias, para o qual a pessoa enlutada pode nos enviar seu memorial para publicarmos e facilitar a troca de informação sobre o processo que estão vivenciando. Há também a coluna mensal com textos da psicanalista Marina Smith, que promovem reflexões sobre o processo de vida e morte. Esses espaços são recursos para os(as) profissionais da saúde entenderem mais sobre terminalidade e processo de luto. Por fim, estamos produzindo cartilhas e manuais que devem ser lançados até o final deste ano e disponibilizados nas redes sociais", ela completa.

Fotos: Alex Reipert

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