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Projeto da Unifesp e da UEPA inova no monitoramento de recursos hídricos na Amazônia

Com tecnologia de ponta, iniciativa busca promover a sustentabilidade socioambiental e fortalecer comunidades tradicionais na região do estuário amazônico

Imagem mostra vegetação e recursos hídricos da floresta amazônica

A preservação e o uso sustentável dos recursos hídricos da Amazônia ganham um novo aliado: o projeto “Inovação em Monitoramento Hídrico na Amazônia: catalogação e integração de dados de campo a tecnologias emergentes para predição de parâmetros de qualidade de água no estuário da Baía do Marajó-PA”. Coordenada pelo professor Luiz Leduíno de Salles Neto, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo (ICT/Unifesp) – Campus São José dos Campos, em parceria com o professor Ailson Picanço, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), a iniciativa foi aprovada no escopo da chamada Iniciativa Amazônia+10.

Com um financiamento de R$ 2,43 milhões, provenientes da Fapesp, Fapespa e CNPq, o projeto é um dos 20 selecionados para integrar uma estratégia de inovação tecnológica e engajamento comunitário no monitoramento de recursos hídricos da Amazônia.

A proposta reúne aspectos tecnológicos, socioeconômicos e participativos para abordar os desafios da gestão hídrica no estuário amazônico. As ações previstas incluem:

- Plataforma digital de cadeias de suprimentos: um dos destaques é o desenvolvimento de uma plataforma interativa que mapeia rotas de transporte, pontos de coleta e distribuição, e áreas de produção extrativista e turística. Essa ferramenta promoverá eficiência logística e sustentabilidade nas atividades econômicas locais.

- Manuais de uso sustentável: produção de materiais físicos e digitais que orientem práticas de manejo e conservação da água, com foco em minimizar impactos ambientais e estimular atividades como turismo ecológico e extrativismo sustentável.

- Catalogação de práticas sustentáveis: o projeto documentará técnicas e casos de uso da água que promovam subsistência e geração de renda, valorizando os conhecimentos tradicionais das comunidades amazônicas.

- Mapeamento de vulnerabilidades hídricas: realização de um diagnóstico detalhado das áreas críticas quanto à contaminação da água devido à precariedade de saneamento básico. O mapeamento embasará políticas públicas e intervenções para proteção da qualidade hídrica.

Tecnologia e sustentabilidade

O uso de tecnologias emergentes, como sensores avançados e análise de dados geoespaciais, permitirá a predição de parâmetros de qualidade da água no estuário da Baía do Marajó. Essa abordagem inovadora é fundamental para identificar riscos ambientais, como contaminação e mudanças na dinâmica hídrica, além de auxiliar no planejamento sustentável.

“A integração de tecnologia com o conhecimento local é essencial para promover a sustentabilidade e fortalecer as comunidades que dependem dos recursos hídricos da Amazônia. Nosso projeto busca monitorar e criar ferramentas que conectem pessoas, políticas e meio ambiente de forma efetiva e duradoura”, afirma o professor Luiz Leduíno.

Impactos na comunidade e no meio ambiente

A iniciativa vai além do monitoramento ambiental, buscando envolver ativamente as comunidades tradicionais e quilombolas na gestão dos recursos hídricos. Por meio da capacitação local e da disseminação de boas práticas, o projeto pretende alinhar conservação ambiental com desenvolvimento socioeconômico, criando oportunidades de emprego e geração de renda.

Ao mesmo tempo, a proposta visa abordar vulnerabilidades regionais, como a ausência de saneamento básico, que afeta diretamente a qualidade da água e a saúde das populações locais.

O projeto conta com a expertise interdisciplinar de pesquisadores da Unifesp e da UEPA, representando um modelo de cooperação para a inovação sustentável. Além disso, o financiamento e a relevância estratégica da iniciativa reforçam o papel da academia na promoção de soluções para desafios ambientais globais.

Com o estuário amazônico enfrentando pressões crescentes devido às mudanças climáticas e à expansão de atividades econômicas, o projeto surge como uma iniciativa para a preservação dos recursos hídricos e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.

“A Amazônia é um patrimônio global, e a sua preservação exige a união de ciência, tecnologia e participação comunitária. Este projeto é um exemplo de como a inovação pode ser aplicada de forma prática e inclusiva para proteger o meio ambiente e as pessoas que dele dependem”, conclui o professor Luiz Leduíno.

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