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Sustentabilidade na ponta do lápis

O projeto de extensão Pacto Global Experience possui uma proposta ambiciosa: propagar os 17 objetivos apontados na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, garantindo a capacidade de atender as das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar três objetivos: o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a conservação ambiental. 
Fonte: WWF Brasil

 

O protagonismo da Unifesp na concretização dos objetivos que integram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável no país adquiriu horizontes mais definidos com o projeto de extensão Pacto Global Experience (PGE), criado em 2018 a partir de uma parceria entre a Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen/Unifesp) – Campus Osasco e o Conselho Regional de Administração de São Paulo (Crasp). Coordenado por Liége Mariel Petroni, Dan Rodrigues Levy e Elisa Thomé Sena, docentes da Eppen/Unifesp, e por Clarice Kobayashi e Armando Dal Colletto, que integram o Grupo de Excelência do Pacto Global (CPG/Crasp), o PGE almeja contribuir com a consolidação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as 169 metas presentes no documento Agenda 2030, assinado em 2015 pelos 193 países signatários da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Petroni, Levy e Sena partem do pressuposto de que o tema sustentabilidade é a resposta para crises instituídas ou iminentes da sociedade contemporânea, sendo papel da universidade pública adotar uma postura ativa na propagação das metas estabelecidas – como, outras, a erradicação da pobreza, segurança alimentar, educação, saúde, energia, água, produção e consumo sustentáveis, meio ambiente e mudanças climáticas. De acordo com o projeto, a saída para esse desafio seria a construção de um repertório a partir da troca de saberes entre comunidade acadêmica e sociedade, viabilizada por uma dinâmica específica envolvendo ações internas (desenvolvimento de projetos por docentes, TAEs e discentes) e externas (parcerias com escolas, organizações privadas e públicas e a educação empreendedora em comunidades carentes). 

Petroni explica como isso está ocorrendo na prática. “A fase inicial, concluída no ano de 2019, consiste no envolvimento dos estudantes da Eppen/Unifesp com as questões centrais da Agenda 2030. É a etapa mais difícil, longa e importante do projeto, pois dela se forma a base para o desenvolvimento das ações conjuntas. Já a segunda fase, a das ações práticas, envolve o entendimento da necessidade de adoção dos princípios do Pacto Global e dos ODS e a preparação de porta-vozes para a propagação dessas questões na sociedade. Representa um período de intenso contato com a comunidade interna e externa à universidade”, explica Petroni. Essa etapa iniciou em agosto de 2019 com um cronograma de atividades que inclui o contato com as escolas públicas da região.

O principal trunfo dessa ação extensionista é propagar, no Campus Osasco e entre a comunidade local, a consciência da necessidade de formar cidadãos comprometidos com as dimensões social, política, ambiental, econômica e cultural das principais questões atuais. “É no desempenho de suas funções específicas de ensino, pesquisa e extensão que a universidade tem de pensar sua articulação com a sociedade. Nosso intuito é formar jovens empoderados que se tornem protagonistas dessa história, de modo a contribuir com a formação de uma agenda educativa pautada tanto na produção do conhecimento quanto nas questões afeitas pelas relações com a sociedade, indivíduo e natureza, no que se refere à escala local, global e planetária”, finaliza Petroni.

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Reunião do grupo atuante no projeto PGE no Conselho Regional de Administração (CRA-SP)

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Visita técnica de parte da equipe ao Grupo Urakami - o encontro foi efetuado para que a empresa mostrasse como move sua produção de cogumelos, setor alimentício em que atua, com energia gerada exclusivamente a partir de placas fotovoltaicas

 

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Os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Liége Petroni, Dan Rodrigues, Elisa Thomé, Clarice Kobayashi e Armando Dal Colletto são unânimes ao afirmar que nos últimos anos, apesar dos importantes avanços acerca da conscientização da sustentabilidade no mundo inteiro, é visível uma frágil vontade política dos governos para a implantação de ações práticas nesse sentido. Conforme consta no projeto original, “essa fragilidade só se resolverá se houver um movimento conjunto entre governos, empresas, sociedade civil, escolas, igrejas e demais instituições. Afinal, se no passado os danos ambientais estavam limitados a determinada região, hoje, com o progresso técnico e internacionalização das economias, eles se tornaram um problema sem fronteiras territoriais”. Na tentativa de unir esforços para a solução de problemas sociais, ambientais e econômicos que se anunciam, 193 organizações signatárias do Pacto Global se comprometeram em 2015 a alcançar esses 17 objetivos:

1 • Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;

2 • Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;

3 • Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;

4 • Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos;

5 • Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;

6 • Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos;

7 • Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos;

8 • Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;

9 • Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;

10 • Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;

11 • Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;

12 • Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;

13 • Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;

14 • Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos  marinhos para o desenvolvimento sustentável;

15 • Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;

16 • Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;

17 • Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável

Mais informações: www.agenda2030.org.br

 


EntreTeses edição 13

Unifesp 25 anos de inserção na sociedade
Edição 12 • novembro 2019