A Unifesp é destaque no ensino e na pesquisa, êxito avalizado pelos indicadores contidos em rankings nacionais, como no RUF/Folha de S. Paulo, e internacionais, como no conceituado The Higher Education (THE). Contudo, é preciso falar de uma faceta muito desenvolvida e pouco divulgada, que é a extensão universitária, a qual se integra ao ensino e à pesquisa na missão da universidade. De acordo com a Política Nacional de Extensão Universitária, a extensão é definida como “um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade”. Representa, dessa forma, um conjunto de ações, processos, produtos e conhecimentos oriundos da conexão direta entre a universidade e as diferentes comunidades e camadas sociais.
Na Unifesp, a extensão denota uma vasta gama de atividades inter e multidisciplinares ligadas ao ensino e à formação de profissionais, bem como a possibilidade de aplicação direta dos conhecimentos gerados pela pesquisa em projetos da iniciativa privada e do poder público. Nestes 25 anos, desde a criação da Unifesp, e durante os 86 anos que decorreram desde que germinou sua primeira semente, a Escola Paulista de Medicina, verificamos uma grande transformação na extensão, tanto conceitual quanto prática.
Antes, a extensão era entendida como uma área voltada apenas aos cursos de especialização ou à assistência à saúde – no caso, o atendimento pelo Hospital Universitário. Hoje a universidade expandiu sua visão, realizando as atividades de extensão em diversos níveis: projetos sociais, formação a distância, criação de estratégias de atuação em movimentos populares, atendimento às populações mais carentes nas próprias localidades, ensino a refugiados, atendimento em saúde a grupos sociais vulneráveis, projetos de combate à violência e às drogas, políticas de ações afirmativas, núcleos de estudos africanos e indígenas e cátedras de estudos populares.
Mais recentemente, introduzimos novas dimensões institucionais para a extensão ao criarmos as áreas de direitos humanos e de cultura, tornando aquele setor mais abrangente e transversal. Alinhados com nosso tempo, reservamos à cultura um lugar que não é limitado ao entretenimento ou ao lazer, o que resultou na mudança de denominação do órgão responsável pela gestão dessas questões para Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.
Nesse contexto, celebramos o cumprimento da diretriz do Plano Nacional de Educação de 2014-2024, de 10% da creditação curricular às ações extensionistas. Destacamos também a ampliação do espectro de ações no que diz respeito à prestação de serviços, por meio da implementação dos Projetos Acadêmicos de Prestação de Serviços (Paps), o que possibilita parcerias com a iniciativa privada na perspectiva acadêmica. Demos maior espaço à inovação e tecnologia social, que tomam forma por meio de iniciativas como as empresas juniores, fortemente conectadas com a recém-criada Agência de Inovação Tecnológica e Social (Agits) da Unifesp.
Por meio de ferramentas digitais, a extensão leva o conhecimento a locais nunca antes imaginados pelos setores que compõem nossa instituição. Os extensionistas experimentam e executam, por meio dos 43 programas e 179 projetos em vigência na Unifesp, as cinco diretrizes que norteiam as ações de extensão: interação dialógica; interdisciplinaridade e interprofissionalidade; indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão; impacto na formação do estudante; e impacto e transformação social.
Assim, como determina a Constituição Cidadã de 1988, a Unifesp ajuda a promover e a garantir os valores democráticos da equidade e do desenvolvimento da sociedade em suas dimensões humana, ética, econômica, cultural e social.
Parabéns aos extensionistas. E isso significa parabenizar toda a Unifesp, que continua mobilizada, tornando-se cada vez mais ativa, abrangente e consciente de seu papel como universidade – pública e inserida na sociedade.
Desejamos a todos uma boa leitura.
Unifesp 25 anos de inserção na sociedade
Edição 12 • novembro 2019