PATRÍCIA
Meu filho não sabe quase nada. Já fiz de tudo para conseguir conciliar as coisas. Mas, se eu não trabalhar, meu filho não come, e as contas não se pagam. Não entendo por que as crianças não têm aula todos os dias com a professora delas.
PROFESSORA
Oi, quer mandá-lo ao presencial? Já houve dois encontros pelo Google Meet. Ele não entrou. Quer pegar o material impresso na escola? Estou tentando organizar para todos.
PATRÍCIA
A questão não é querer. Meus pais são idosos. Se o Davi ficar doente e levar o vírus para casa, meus pais morrem. Tenho que esperar a segunda dose.
JONAS
Pessoal, compartilho do sentimento da Patrícia, também estamos com dificuldade de conciliar trabalho, tensão da pandemia e estudo das crianças! Acredito que o suporte da escola poderia ser maior, com videochamadas para o professor ter mais contato com os alunos! Vamos marcar uma reunião de pais on-line para melhor estruturar isso!
LUANA
Peço licença! Acredito que seria bacana o uso dos livros no dia da reunião on-line para que as crianças consigam se orientar e, com o tempo, tenham autonomia para estudar.
PATRÍCIA
Por que essas aulas on-line não podem ser todos os dias da semana, nem que seja uma hora por dia? Se estivessem indo à escola, não estariam em aula, das 13h às 17h?
JONAS
Eu não estou conseguindo acompanhar o grupo, são muitas mensagens diárias de envio de presença, e com isso não estava nem sabendo das aulas de quinta-feira on-line!
PATRÍCIA
Eu também não sabia dessas aulas. Sobre o material de apoio, ele tem, e acredito que, com sua participação ativa, ficarei mais aliviada.
ALINE
Concordo com a Patrícia. Já estive na escola falando sobre esse assunto; eu não tenho nenhuma condição de ensinar, mental e didática! Acredito que, com a professora ensinando on-line, eles absorveriam mil vezes mais. Houve uma atividade em que a professora mandou uma explicação por vídeo, e foi perfeito, nem precisei estar do lado da minha filha, ela fez tudo sozinha e entendeu tudo. Seria perfeito!
JONAS
Existe a possibilidade da aula de terça ser on-line em vez de presencial? Acredito que assim protegemos melhor as crianças, e minha filha teria um dia a mais de aula, visto que no presencial é limitado.
MARIA
Sou totalmente contra. Como a professora sabe, nós levamos a pandemia bastante a sério nesses mais de 400 dias, e por esse motivo meu filho está apresentando diversas dificuldades de interação, que só têm sido amenizadas pelas aulas presenciais. Como os estudantes que vão à aula estão respeitando as medidas de segurança, não vejo necessidade de mudar.
JONAS
Sim, respeito totalmente! Só fiquei preocupado porque a professora já relatou casos de covid-19 entre os alunos.
PROFESSORA
Podem mandar os alunos, não há caso nenhum em nossa sala. Só comentário das famílias.
Diálogo registrado em maio/2021 na rede social WhatsApp. A identidade das pessoas foi preservada, e os nomes, trocados.
Esse diálogo tenso ocorreu entre pais e uma professora do 2º ano do ensino fundamental de uma escola pública do Estado de São Paulo. Escolas, estudantes e comunidade têm mantido contato frequente por meio de grupos criados nas redes sociais, como no WhatsApp, uma das formas encontradas pelas instituições de ensino para complementar os conteúdos didáticos, ao longo do ano letivo, e acompanhar os estudantes, durante o distanciamento social imposto pela pandemia.
A preocupação dos envolvidos na conversa parece ser o aprendizado das crianças, pois muitos familiares relataram que elas, naquele momento, ainda não conseguiam ler duas ou três palavras seguidas, identificar sílabas, interpretar uma frase, estruturar um texto ou efetuar uma operação simples de adição. “Se meu filho ainda lê ‘pa’ no lugar de ‘fe’, como vou ensinar a tabuada a ele? As tarefas são propostas todos os dias, valem nota, mas, quando consigo sentar-me com o Davi para reforçar o conteúdo da escola, ele fica nervoso e diz que não sei ensinar”, afirma Patrícia.
A ocorrência motivou Maria, uma das mães, a procurar a Diretoria Regional de Ensino. Apesar de saber que as escolas possuem autonomia para elaborar o próprio planejamento de retorno às aulas, ela se prontificou a verificar se a DRE fora notificada de que naquela unidade havia aula presencial apenas uma vez por semana, pois, a depender da discussão anterior, nem todos concordavam com isso.
O argumento da professora para não lecionar todos os dias foi similar ao de estudantes e pais que enfrentam, um ano depois do início da pandemia, dificuldades de adaptação ao ensino remoto. “Falta estrutura. Meu apartamento é pequeno, minha conexão é ruim, mas tenho que usá-la mesmo assim, além de equipamentos próprios – como o desktop e o celular.” O mais dramático nisso tudo é que estejamos envoltos em uma aura de otimismo sobre a revolução digital que a covid-19 imporia à humanidade ao mesmo tempo que tropeçamos na realidade ao descobrir que boa parte ainda se tem arranjado com tecnologias de 20 anos atrás – como os CDs.
Desanimador para jovens, desafiador para professores e famílias: o cansaço das telas e a falta de convívio presencial se somaram às deficiências do ensino remoto emergencial (ERE), adotado durante a pandemia nas redes privada e pública
(Fotografia: Freepik)
Uma situação “cringe”
Uma pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em maio de 2021 mostrou que apenas 15% dos estudantes brasileiros possuem habilidades de navegação digital consideradas altamente eficientes, ou seja, sabem buscar conhecimento na internet e distinguir fatos de opiniões. De acordo com o relatório da entidade, dois terços dos adolescentes brasileiros avaliados pelo Pisa [Programme for International Student Assessment] não conseguem identificar a diferença entre um conteúdo informativo e um opinativo.
Há duas informações que chamam mais a atenção do que o próprio resultado anunciado. O levantamento foi realizado em 2018, dois anos antes de estourar a pandemia no mundo. E, já naquele ano, um dos gráficos do documento mostrou que, no Brasil, os estudantes gastam aproximadamente 35 horas por semana usando a internet. Desse total, mais de 30 horas correspondem à navegação fora do ambiente escolar. Parece um contraste absurdo, mas a diferença entre o uso doméstico e o escolar foi constante na avaliação de outros países – inclusive dos que possuem educação de ponta.
Por outro lado, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) realizado em 2019 revelou que apenas 5 em cada 100 estudantes que concluíram nesse ano o ensino médio em escolas públicas brasileiras alcançaram o nível esperado de conhecimentos em Matemática. A maior parte dos alunos (54%) demonstrou ter domínio insuficiente da disciplina, e 41% deles aprenderam somente os conteúdos básicos.
Ainda que não seja uma surpresa, a questão foi escancarada com o ensino remoto emergencial. No momento em que a vacinação avança no país, colocando a reabertura definitiva das escolas no horizonte, os questionamentos se intensificam. Afinal, como melhorar esses índices? É preciso reformar o currículo escolar, comprar mais computadores para as escolas, avançar com a educação a distância (EaD) ou, justamente o contrário, voltar algumas casas e reaprender a pesquisar e estudar antes de abraçar as novas tecnologias?
Alguns docentes da Unifesp têm uma visão bem realista desse contexto. Indagados pela Entreteses, acreditam que a transferência das atividades educacionais para o ambiente digital foi necessária, mas está longe de ter sido bem-sucedida. E, para que o seja, ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Quando chegou a pandemia, fomos obrigados a correr com a digitalização – do ensino básico à pós-graduação. A realidade, porém, é que não temos estruturas apropriadas ao ensino remoto e tampouco ao ensino a distância”, pontua Maria Elizete Kunkel, professora adjunta do Departamento de Ciência e Tecnologia do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT/Unifesp) - Campus São José dos Campos.
Alessandro Faria, docente do curso superior de Tecnologia em Design Educacional (Tede) da Unifesp, questiona a inserção glamorizada das novas tecnologias digitais na educação. “EaD é muito mais do que usar tecnologia. O Instituto Universal Brasileiro, na década de 1980, fazia EaD. Esse ‘clássico das antigas’ consistia em produção de conteúdo, editado em cartilhas e livros e enviado pelo correio. A interface digital é apenas uma das dimensões do ensino remoto. Vamos, então, supor que tenhamos domínio de todas as ferramentas; há, entretanto, mais atores nessa realidade - como os estudantes. Ainda é comum que muitos estejam privados de tecnologias mínimas para acompanhar o ensino remoto ou dividam seus equipamentos com outras pessoas na mesma casa. Se eu estou okay, mas a ponta não está, não há comunicação possível”, critica o docente.
De certa forma, a flexibilidade exigida pela pandemia na educação foi benéfica ao aprendizado de uma parcela de estudantes. Fabio Augusto Faria, professor adjunto do Departamento de Ciência e Tecnologia do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT/Unifesp) - Campus São José dos Campos, afirma que os jovens da rede municipal de ensino básico contemplados com o projeto de extensão Robótica sem Fronteiras encontraram condições de aprimorar o domínio das ferramentas que utilizavam antes da crise sanitária. “O indivíduo interessado nessa área normalmente é autodidata. Se aquele jovem tem uma estrutura mínima em casa, computador e internet, aprende sozinho e aciona os tutores para pedir orientações, um direcionamento. Os robôs que antes programavam nos encontros presenciais são agora elaborados diretamente no computador”, relata.
Contudo, ele também “põe o pé no freio” ao frisar que o ensino de conceitos precisa de referências mais concretas da realidade, como tração e gravidade. Excluir de vez as aulas presenciais da vida de jovens e adultos pode, afinal, comprometer a curva de aprendizagem, que é o desempenho de uma pessoa em uma tarefa específica ao longo de determinado tempo. “Um paper que um estudante de pós-graduação levaria dois meses para compreender sozinho poderia ser decifrado em cinco minutos de conversa com um professor.”
Mencionado antes, Alessandro pode estar coberto de razão quando se fala em tecnologia e EaD, especialmente no Brasil. “Há um raciocínio lógico comum que nos joga para o entendimento de que, se há interface e internet, a solução está acontecendo. É ingênuo e inocente. A relação é prematura, e quem disser que há um tempo para essa maturação, eu desconfio. Deve haver maturidade econômica antes da tecnológica, não haver gente com fome na rua, enquanto o vizinho de sua mãe passa necessidade e seu colega ‘surta’ porque atingiu o limite do estresse tentando conciliar trabalho e vida pessoal em um pequeno espaço a que chama de lar. Estamos, sim, no meio de um problema.”
Uma pesquisa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo com o Instituto Vox Populi apontou que 84% dos alunos do ensino médio público estudam mais no ambiente escolar. Os efeitos de escolas fechadas têm sido discutidos por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento – da saúde pública à Pedagogia
(Fotografia: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EAD: aulas gravadas, gamificação, carga horária dissolvida. Possui uma cadeia produtiva que envolve diferentes atores: tutores, professores, equipe multidisciplinar e equipe de design instrucional
ERE: transposição das aulas presenciais para o ensino on-line. É um modelo que está centrado na ação do professor
Ideias 10/10 para inovar
O desapontamento da sociedade com os resultados da educação brasileira, refletidos cruamente no ensino remoto emergencial, provoca reações desde muito antes de 2020. “Vivemos no país um contexto de afrontas dirigidas aos professores e à liberdade de ensinar e aprender. Alguns exemplos dessas investidas são o Programa Escola sem Partido, a crescente disputa de grupos empresariais da educação por verbas públicas e, de modo particular, a reivindicação do direito de assumir a responsabilidade pela vida escolar dos filhos – o homeschooling ou educação domiciliar”, argumenta a pedagoga Marineide de Oliveira Gomes, docente aposentada da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) - Campus Guarulhos.
Se depender dos pais, mães e estudantes da escola estadual citada no início desta matéria, o papel de professores e tutores no processo educativo de crianças e jovens continua central. Aliás, o ano de 2020 foi um divisor de águas ao estimular essa e outras reflexões: como inserir a tecnologia no campo educacional e como a educação pode preparar a sociedade para o advento definitivo da tecnologia. Os três tópicos continuam interligados, reforçando a máxima que diz que a educação é a base do desenvolvimento de um país.
A pesquisa TIC Educação 2019, elaborada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e divulgada no início de 2020, mostrou que 39% dos estudantes de escolas públicas urbanas não tinham computador ou tablet em casa, contra apenas 9% dos estudantes da rede privada. A investigação, que mapeia o acesso, uso e apropriação das tecnologias de informação e comunicação em escolas públicas e privadas de educação básica, anteviu um grande desafio pelo qual jovens, professores e responsáveis provavelmente passariam durante o ensino remoto – o que se confirmou. Após mais de um ano com as salas de aula vazias, um estudo da Fundação Lemann apontou um retrocesso de até quatro anos na educação brasileira.
Muitos defendem a inclusão urgente de equipamentos de ponta e disciplinas como programação e mídias digitais na rotina escolar. Este artigo não tem a pretensão de trazer posições contrárias ou favoráveis a essas mudanças, mas de mostrar como a universidade pública é capaz de transformar e apresentar soluções para o cenário imposto pela 4ª revolução industrial. Adotadas ou não pelas nações desenvolvidas ou em desenvolvimento, a transformação exigida pela indústria 4.0 fomenta a necessidade da educação 4.0, conforme defende o sociólogo Renan Antônio da Silva em um paper de 2020 (saiba mais neste endereço: https://www5.pucsp.br/catedraignacysachs/boletim-piaui/artigo-2-piaui.pdf).
Determinadas tecnologias já são uma aposta confirmada para a educação do futuro, como a robótica, programação, impressão 3D, realidade virtual, realidade aumentada, gamificação e inteligência artificial (IA). Duas delas motivaram pesquisadores do Campus São José dos Campos a criarem os seguintes projetos de extensão – ações da universidade junto à comunidade que possibilitam o compartilhamento do conhecimento adquirido por meio do ensino e da pesquisa desenvolvidos na instituição: Mao3D e Robótica sem Fronteiras.
Apenas 15% dos estudantes brasileiros possuem habilidades de navegação digital consideradas eficientes (OCDE, 2021). Como enfrentar essa e outras questões, em meio ao avanço da educação 4.0, é o atual desafio da docência brasileira
(Imagem: Igor Santos/Secom)
Robótica nas escolas públicas
(Imagem: norm123miller / Pixabay)
Uma das iniciativas nessa área é o próprio Robótica sem Fronteiras, projeto de extensão do Campus São José dos Campos que já beneficiou mais de 8 mil estudantes da rede municipal de educação básica com o ensino de programação e robótica totalmente gratuito, matéria restrita a poucos colégios particulares da rede privada.
Impressão e modelagem 3D
(Fotografia: Alex Reipert)
A docente de Engenharia Biomédica Maria Elizete Kunkel, do ICT/Unifesp, coordena o projeto de extensão Mao3D em parceria com a Rede de Reabilitação Lucy Montoro de São José dos Campos. Nessa ação, são produzidas próteses por meio da impressão 3D para pessoas com malformação ou braços, mãos ou dedos amputados. Tecnologia cada vez mais próxima de nosso cotidiano, a manufatura aditiva estava prestes a ser adotada por diversas escolas públicas do município, mas com a pandemia o projeto foi paralisado. O intuito era que estudantes do ensino fundamental e médio aprendessem, desde cedo, como manusear os equipamentos próprios a essas tecnologias nos laboratórios. “Seria algo inédito, pois hoje no país é comum até mesmo estudantes de Engenharia finalizarem a graduação sem o conhecimento mínimo de manufatura aditiva e impressão 3D”, assegura.
Gamificação
Conforme explicam Cícera Malheiro e Leandro Yanaze, docentes do curso de graduação de Tecnologia em Design Educacional (Tede), os quais também atuam no Núcleo Universidade Aberta do Brasil (UAB) da Unifesp, a finalidade da gamificação na educação é permitir que o estudante aprenda experimentando, explorando e agindo e que o suposto “erro” não seja punitivo, mas sim didático. Como o foco se concentra na ação do jogador, e não no resultado em si, a gamificação pode contribuir para o desenvolvimento saudável das desejáveis pelo mercado soft skills. "Além disso, no contexto das restrições sociais, torna-se uma estratégia importante para promover o engajamento dos alunos. Isso porque se verifica um desgaste crescente no modelo expositivo das web aulas, considerando que o tempo de tela excessivo resulta em cansaço e consequente queda de atenção. Assim, a gamificação das estratégias pedagógicas se mostra como uma potência, ao mesmo tempo que pode oferecer um espaço de trocas sociais."
Cícera Malheiro
Leandro Yanaze
Realidade virtual e realidade aumentada
“A realidade virtual e a realidade aumentada (RA) são amplamente utilizadas em diversas áreas do conhecimento por suas características intrínsecas e por apresentarem muitas possibilidades de aplicação. Desde o começo do período pandêmico, essas tecnologias permitiram os mais diversos desenvolvimentos e ações em tempo real, contribuindo para o distanciamento social e reduzindo o risco de transmissão da covid-19”, revela Ezequiel Zorzal, professor associado de Ciência da Computação e Engenharia do ICT/Unifesp, no Campus São José dos Campos. Ele ressalta que as aplicações são desenvolvidas com diferentes objetivos, tais como emular situações críticas com baixo risco, criando oportunidades promissoras para treinar profissionais em um ambiente seguro; fornecer recursos acadêmicos gerais, servindo como dispositivos facilitadores na indústria e na academia; e propiciar colaboração e interação natural, recriando digitalmente as relações humanas inatas de forma segura. “Na educação, a RA pode ser uma importante tecnologia aplicada para integrar os recursos didáticos físicos tradicionais com plataformas digitais interativas. Em citologia, por exemplo, a RA faz com que o desenho de uma célula, em vez de ser apenas observado, seja capaz de ser rotacionado, aumentado e ‘explodido’, integrando recursos didáticos físicos tradicionais e plataformas digitais interativas.”
Ezequiel Zorzal
Robótica social
Se, por um lado, o ensino de robótica tornou-se uma realidade, por outro, o uso de robôs sociais na educação é uma grande promessa de interação e complementação dos conhecimentos passados na sala de aula. “Entendo que os seres humanos são inerentemente seres sociais, gastando grande parte de seu tempo para estabelecer uma ampla faixa de conexões sociais. Essa associação é denominada antropomorfismo, um fenômeno humano também encontrado em tecnologias capazes de interações sociais com os humanos, como a robótica social. Robôs sociais, diferentemente de robôs projetados para servir como força de trabalho em indústrias e outras atividades como agricultura, são deliberadamente projetados para interagir com humanos de forma social. Desse modo, abrem um novo paradigma para os humanos se comunicarem, interagirem e se relacionarem com tecnologias robóticas, propiciando, com os recentes avanços, que a sociedade possa considerar os robôs sociais como participantes da sociedade”, explica Walter Teixeira Lima Junior, docente do programa de mestrado profissional Interdisciplinar em Inovação Tecnológica (PIT) do ICT/Unifesp e diretor do Departamento de Comunicação Institucional (DCI/Unifesp).
Unifesp na linha de frente no combate à covid-19
Edição 14 • novembro 2021