Comemoramos, em 2019, os 25 anos de criação da Unifesp, cujo berço foi a Escola Paulista de Medicina (EPM), entidade que no ano passado celebrou seu 85º aniversário. Ninguém melhor do que nosso primeiro reitor eleito, o professor Hélio Egydio, para contar como ocorreu o nascimento da universidade, uma história que, sob muitos aspectos, confunde-se com a de seu próprio percurso na instituição. Nossa atual reitora, Soraya Smaili, descortina a expansão e o crescimento daquela que é considerada uma das melhores universidades públicas federais brasileiras.
Nesta edição, de caráter comemorativo, retratamos a pluralidade, transversalidade e convergência das pesquisas realizadas na instituição, que agora expande sua potencialidade no ensino e na extensão aos seis campi, nomeados a seguir, além de um campus em fase de implantação, na zona leste (Instituto das Cidades): São Paulo (EPM e Escola Paulista de Enfermagem), Baixada Santista (Instituto de Saúde e Sociedade e Instituto do Mar), Guarulhos (Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), Diadema (Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas), São José dos Campos (Instituto de Ciência e Tecnologia) e Osasco (Escola Paulista de Política, Economia e Negócios).
Com 13,4 mil alunos de graduação, 5,4 mil de pós-graduação stricto sensu e 11 mil de especialização (ensino presencial e a distância), 1,4 mil residentes médicos e multiprofissionais, 4 mil técnicos administrativos e 1,6 mil docentes distribuídos em 52 cursos de graduação e 71 programas de pós-graduação, a Unifesp atua em todas as áreas do conhecimento, destacando-se nos rankings nacionais e internacionais. De acordo com o ranking Times Higher Education (THE) de 2018, a Unifesp é a primeira universidade federal brasileira em citações e a quarta da América Latina.
No ensino de pós-graduação stricto sensu, a Unifesp enfrentou, na última década, o desafio de abrir programas de mestrado e doutorado nos campi da expansão, com a meta de alcançar a dimensão e excelência dos existentes no campus sede. Atualmente, os referidos campi já contam com 33 cursos de mestrado e 12 de doutorado. Essa extraordinária expansão, em tão pouco tempo, é resultado do incentivo dado pela própria instituição e, por outro lado, está relacionada ao perfil dos docentes ingressantes – em sua quase totalidade, doutores em regime de dedicação exclusiva, o que favorece a vocação para a pesquisa e a pós-graduação.
A Unifesp também tem investido no incremento de programas de pós-graduação interdisciplinares, que promovam conhecimentos convergentes, com o objetivo de oferecer respostas aos problemas complexos do mundo contemporâneo. Ações de fomento que viabilizem esses programas e a criação do Instituto de Estudos Avançados (IEA), neste ano, serão fundamentais para que a convergência de conhecimentos seja um vetor de ampliação e reorganização dos programas de pós-graduação.
A área de pesquisa – por sua vez – cresceu, do mesmo modo que a do ensino de graduação e de pós-graduação. Entre 2002 e 2016, o número de grupos de pesquisa cadastrados no CNPq saltou de 152 para 431 – isto é, houve um aumento equivalente a 183%. Atualmente, 239 docentes (14,9% do total) mantêm bolsas do CNPq com produtividade em diferentes níveis.
O fruto desse crescimento em número e qualidade pode ser contextualizado nesta edição da Entreteses, que nos traz resultados de pesquisas inovadoras nas mais diferentes áreas. Na área da saúde, a vacina para a doença de Chagas, que vem sendo testada; a não detecção do vírus HIV, como efeito de um tratamento multimedicamentoso; e a prevenção de sangramento em cirurgias cardíacas. Na área social e de saúde pública, o alerta para o risco de violência entre jovens que consomem altas doses de álcool em curto espaço de tempo nas baladas noturnas e a desigualdade de renda e riqueza no país, também refletida pela distribuição de heranças. Na área de História e tecnologia, a plataforma digital que permite um mapeamento histórico de regiões do país.
Por fim, a Unifesp foi uma das 36 instituições selecionadas para participar do Pro-grama Institucional de Internacionalização, o Capes Print. O projeto – estruturado em áreas estratégicas, que incluem pesquisas desenvolvidas em colaboração com diversos países – está em fase de franca implementação. Acreditamos que o Capes Print irá: fortalecer os programas de pós-graduação; estimular, ampliar e consolidar a internacionalização da instituição; e melhorar o desempenho acadêmico e a produção tanto científica e tecnológica quanto de políticas sociais e econômicas. Somado a tudo isso, cabe mencionar que, após um significativo esforço dos setores envolvidos, a universidade aprovou sua política de inovação, paralelamente à transformação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) em agência de inovação.
Todo esse potencial já demonstrado ao longo de 25 anos e o que está ainda por vir refletem o resultado da união e esforço de toda a comunidade universitária.
Unifesp 25 de qualidade em pesquisa
Edição 11 • junho 2019