Encabeçando a lista das universidades federais com o maior programa de residência médica – 1.069 vagas credenciadas com bolsas de estudo –, a Escola Paulista de Medicina (EPM) iniciou sua pós-graduação em 1970, com os programas em Ciências Biológicas e em Farmacologia. No ano seguinte, expandiu as áreas de conhecimento para a Microbiologia e Imunologia e, em 1973, foi a vez da Medicina, com ênfases em Endocrinologia Clínica, Pneumologia e Ciência Cirúrgica. “O processo de instalação dos programas de pós na EPM se deu de forma muito rápida”, afirma o coordenador da Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação, Luis Eduardo Coelho Andrade. “Entre as décadas de 1970 e 1980, praticamente todos eles já estavam em pleno funcionamento”.
Os mais recentes, mestrado e doutorado em Gestão e Informática em Saúde e Tecnologias e o mestrado profissional em Atenção à Saúde, foram criados em 2010. Atualmente são 34 programas de pós-graduação disponíveis que abrigam 34 mestrados – sendo a maioria acadêmicos e somente três profissionais – e 31 doutorados, com mais de 2.400 alunos e 709 docentes como orientadores credenciados. Seis programas também atuam em parceria com outros campi da Unifesp.
Luis Andrade explica que nos anos 70 e 80 a procura pela pós-graduação stricto sensu no país ainda se dava mais entre docentes e, somente a partir de 1985, é que essa formação começou a permear o imaginário popular dos estudantes e a EPM passou a ter uma procura maior desse público. “Hoje, vemos que esta tendência está voltando e as pessoas estão buscando mais a formação lato sensu, que é a especialização”, diz. “A produção do conhecimento novo está ficando restrita aos pesquisadores independentes”.
EPM | |
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Programas | 34 |
Cursos de Mestrado Acadêmico | 31 |
Cursos de Mestrado Profissional | 3 |
Cursos de Doutorado | 31 |
Total de Alunos | 2415 |
Alunos de Mestrado Acadêmico | 1009 |
Alunos de Mestrado Profissional | 210 |
Alunos de Doutorado | 1196 |
Total de Docentes - orientadores credenciados | 709 |
Dados de julho 2013 | |
Produção Científica (2012) | 160 |
Apresentação de trabalhos em Congressos e Simpósios | 731 |
Artigos publicados em Jornais ou Revistas Científicas | 48 |
Artigos publicados em Periódicos Indexados (ISI) | 2949 |
Cursos de curta duração – Especialização | 6 |
Cursos de curta duração – Extensão | 176 |
Organização de Eventos (congressos, simpósios, outros) | 171 |
Trabalho em Anais – Resumo | 1028 |
Trabalho em Anais – Trabalho Completo | 74 |
Qualidade no ensino
Entre os programas da EPM, seis (Ciências Biológicas/Biologia Molecular, Microbiologia e Imunobiologia, Nefrologia, Oftalmologia, Infectologia e Psicobiologia) possuem conceito máximo (nota 7) da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); outros seis (Farmacologia, Endocrinologia Clínica, Hematologia, Neurologia/Neurociências, Psiquiatria e Psicologia Médica e Cirurgia Plástica) se enquandram no conceito 6. A Capes considera os conceitos superiores a 5 como de elevado padrão de excelência. Não menos importantes, outros 17 programas possuem conceitos considerados muito bom (nota 5) e bom (nota 4).
Entre os cursos de curta duração disponíveis, seis são de especialização e 176 de extensão.
De acordo com Antonio Carlos Lopes, diretor da EPM, o objetivo da instituição é estimular cada vez mais a pós-graduação e criar um ambiente que favoreça os jovens no desenvolvimento de suas linhas de pesquisa em um ou mais campi. “Uma universidade só atinge sua plenitude quando integra os conhecimentos de diversas áreas para um bem comum. No nosso caso, que responda cada vez mais as perguntas clínicas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente, e que promova uma visão mais holística entre os profissionais da saúde”, afirma.
Para ele, a busca da excelência, em todos os níveis, se dá com a integração dos vários departamentos, das pesquisas e do ensino, além dos trabalhos desenvovidos na extensão. “A cordialidade existente na EPM, entre os vários pesquisadores, não coloca degraus entre alunos e docentes”.
Produção premiada
Em 2012, 731 trabalhos realizados na Escola foram apresentados em congressos e simpósios nacionais e internacionais; 48 artigos foram publicados em jornais e revistas científicas e quase 3 mil em periódicos indexados.
Todo esse trabalho ajudou a Unifesp a angariar, no ano passado, a segunda edição do Prêmio SciVal Brasil nas categorias “produção científica” e “produção científica por docente”, promovido pela Editora Elsevier, com o apoio da Capes/Ministério da Educação (MEC). O reconhecimento consagra instituições brasileiras de ensino e pesquisa que se destacaram pela excelência de sua produção científica.
80 anos de excelência
A Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) foi a 11ª escola de Medicina criada no Brasil e se destacou por ações pioneiras no país como construir o primeiro hospital-escola, criar o primeiro curso Biomédico, além de, em 1956, antecipar-se, estruturando o curso de Medicina em departamentos – método somente adotado oficialmente no ensino superior em 1965.
Fundada em 1933, por um grupo de médicos e cientistas visonários, a EPM originou-se em uma casa situada na Rua Coronel Oscar Porto, Zona Sul da capital paulista. Dois anos depois, os fundadores adquiriram uma chácara na Rua Botucatu para a construção da sede da Escola e do primeiro hospital-escola do país para as aulas práticas dos alunos. A casa, que lá existia, foi reformada e adaptada, dando origem, em 1937, ao que seria a sede provisória do atual Hospital São Paulo: o Pavilhão Maria Tereza, com dois andares e 100 leitos. Reconhecida oficialmente em 1938, a EPM foi federalizada em 1956. No ano seguinte inovou mais uma vez, e se tornou uma das pioneiras na implantação de programas de residência médica no Brasil.
Atualmente possui quatro cursos de graduação (Ciências Biológicas - Modalidade Médica; Fonoaudiologia; Medicina e Tecnologias em Saúde) com 1.061 alunos.
Tanto a avaliação de órgãos governamentais, como a Capes, quanto de empresas privadas, coloca a EPM como uma das melhores instituições de ensino médico e de saúde do Brasil.
Cronograma de abertura dos programas (nomenclatura atual) | |||
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ANO | PROGRAMA | NÍVEL | CONCEITO |
1970 | Ciências Biológicas/Biologia Molecular Farmacologia |
ME/DO ME/DO |
7 6 |
1971 | Microbiologia e Imunologia | ME/DO | 7 |
1973 | Medicina (Endocrinologia) Medicina (Pneumologia) Ciência Cirúrgica Interdisciplinar |
ME/DO ME/DO ME/DO |
6 5 4 |
1974 | Medicina (Nefrologia) | ME/DO | 7 |
1975 | Medicina (Cardiologia) | ME/DO | 4 |
1976 | Medicina (Hematologia) Gastroenterologia |
ME/DO ME/DO |
6 4 |
1977 | Medicina (Ginecologia) | ME/DO | 5 |
1978 | Neurologia/Neurociências Patologia Medicina (Urologia) |
ME/DO ME/DO ME/DO |
6 4 4 |
1979 | Medicina (Obstetrícia) Medicina (Otorrinolaringologia) Medicina (Cirurgia Cardiovascular) |
ME/DO ME/DO ME/DO |
4 4 3 |
1980 | Oftalmologia e Ciências Visuais Pediatria e Ciências aplicadas à Pediatria |
MP/ME/DO ME/DO |
7 5 |
1982 | Distúrbios da Comunicação Humana Medicina (Radiologia Clínica) |
ME/DO ME/DO |
5 3 |
1983 | Infectologia | ME/DO | 7 |
1984 | Psiquiatria e Psicologia Médica Ciências da Saúde aplicadas à Reumatologia |
ME/DO ME/DO |
6 5 |
1986 | Psicobiologia | ME/DO | 7 |
1988 | Biologia Estrutural e Funcional | ME/DO | 3 |
1990 | Cirurgia Translacional | ME/DO | 6 |
1991 | Nutrição | ME/DO | 5 |
1996 | Medicina Interna e Terapêutica | ME/DO | 5 |
2003 | Ensino em Ciências da Saúde | MP | 4 |
2006 | Saúde Coletiva | ME/DO | 3 |
2010 | Medicina Translacional | ME/DO | 5 |
2011 | Gestão e Informática em Saúde Tecnologias e Atenção à Saúde |
ME/DO MP |
4 3 |
Legenda: MP – Mestrado profissional / ME – Mestrado Acadêmico / DO – Doutorado |
Primeiro edição da revista
Edição 01 • Novembro 2013