Inaugurado em 2007, o Campus Diadema, sede do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp, já começa a se destacar em pesquisa e produção científica na Universidade. No período de 2010 a 2013, o campus depositou quatro pedidos de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
A pós-graduação no campus, que hoje conta com três programas, iniciou-se em 2010 com Biologia Química. No ano seguinte, outros dois programas de mestrado foram criados: Ciência e Tecnologia da Sustentabilidade e Ecologia e Evolução. O doutorado já foi solicitado pelos programas e tem a previsão de início em 2014. Recentemente foi aprovado o mestrado em Análise Ambiental Integrada.
Segundo a coordenadora da Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação do Campus Diadema, Suzete Maria Cerutti, o que determinou a criação desses programas foi, inicialmente, o projeto pedagógico do campus e o perfil da área na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que aprova os projetos de acordo com suas inovações.
A Capes avalia, a cada triênio, a qualidade dos programas de pós-graduação em todo o Brasil, atribuindo um conceito de 0 a 7, e nesses primeiros três anos de existência, os programas do Campus Diadema obtiveram nas avaliações nota 4 para Biologia Química e, nota 3, para Ciência e Tecnologia da Sustentabilidade e para Ecologia e Evolução.
De acordo com Suzete, esses conceitos ainda não são maiores porque a pós é muito recente. “São programas de pós-graduação relativamente novos, já que é o primeiro triênio de cada um”, explica. “No começo, nós tínhamos como tocar a pesquisa, porém a maior parte dos docentes ainda não tinha experiência em orientar doutorado, então foi um fator limitante. Mas, agora, novos docentes foram incorporados aos programas, já possuímos a experiência na orientação e alguns alunos já defenderam suas teses. A ideia é que nós consigamos abrir o doutorado.”
O Campus Diadema, além de possuir esses programas que têm suas atividades realizadas exclusivamente em suas unidades, também participa de programas multicampi. Um deles é o de Engenharia e Ciência de Materiais, que tem sua sede no Instituto de Ciência e Tecnologia (Campus São José dos Campos). O outro, inaugurado este ano, é o de Biotecnologia, que também será sediado em São José.
Os programas são procurados por alunos das mais diversas áreas, de acordo com Suzete. O de Ciência e Tecnologia da Sustentabilidade e o de Biologia Química (PPG-BQ), por exemplo, podem receber alunos de Química, de Engenharia Química, de Farmácia, de Biologia e da área da Saúde. “Essa participação é bem ampla, porque o perfil do aluno que se pretende formar também é amplo”, complementa.
Interação entre as áreas
Biologia Química é um dos primeiros programas que busca uma interação entre um perfil biológico e uma explicação química dos processos envolvidos. Segundo sua coordenadora, Carla Máximo Prado, o programa acompanha as inovações na área e agrega linhas de pesquisa diferenciadas, que estão de acordo com tendências bem vistas pela comunidade científica nacional e internacional.
Unidade José de Filippi
Unidade Manoel da Nobrega
Primeiro a ser inaugurado no Campus Diadema, o programa, que é relativamente novo – completou três anos de existência em setembro –, conta com docentes capacitados, com projetos em vigência financiados por várias agências de fomento. Cinquenta por cento do núcleo permanente são pesquisadores bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A coordenação afirma que muitas ações vêm sendo feitas visando a melhoria do programa.“Estamos trabalhando, inicialmente, para ampliar a divulgação e visibilidade do mesmo em nível nacional e internacional, na captação de novos alunos, na conscientização da produção de artigos em revistas de alto impacto, no incentivo para busca de financiamento de projetos coordenados pelos docentes e na organização da secretaria.”
Foco na sustentabilidade
O Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Sustentabilidade (PPG-CTS) é um dos primeiros no Brasil a abordar o tema do desenvolvimento sustentável, relacionado ao âmbito da Ciência e Tecnologia.
De acordo com a coordenadora do PPG-CTS, professora Tereza da Silva Martins, o programa envolve pesquisas multi e interdisciplinares e se preocupa em englobar as três áreas que compõem a sustentabilidade: sociedade, economia e meio ambiente. “Acreditamos que a produção intelectual gerada contribuirá de maneira significativa ao cenário atual da pesquisa brasileira, uma vez que é centrada no avanço científico-tecnológico de alto nível dentro dos preceitos da sustentabilidade, com foco privilegiado em materiais, energia, processos industriais, ambiente e saúde”.
Justamente por ser um programa que abrange muitas áreas do conhecimento, os estudos não são realizados em temas isolados, busca-se uma abordagem interdisciplinar. Sendo assim, os docentes orientadores são pesquisadores com formações diversas, que envolvem uma ampla gama de disciplinas. O resultado dessa proposta é muito positivo, segundo Tereza Martins, e desperta nos discentes bastante interesse. Em menos de três anos, o programa já possui mais de 70 alunos.
Para melhorar cada vez mais a qualidade do PPG-CTS, ações estão sendo tomadas para propiciar mais infraestrutura e criação de projetos de integração da pesquisa com a comunidade, por meio de atividades de extensão.
Ecologia e evolução
Iniciado no segundo sementre de 2011, o Programa de Pós-Graduação de Ecologia e Evolução (PPG-EE) é dos mais recentes do Campus Diadema. Diante da grande importância e riqueza da biodiversidade no Brasil, as pesquisas e estudos ecológicos-evolutivos têm implicações diretas na criação de estratégias de conservação de espécies, e manutenção de ecossistemas no país. É o que diz o coordenador do PPG-EE, Marcelo Nogueira Rossi. “O Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução é importante, já que se propõe a gerar conhecimentos ecológicos e evolutivos que são determinantes para a geração, manutenção, uso e conservação da diversidade biológica.”
A procura pelo programa cresce cada vez mais. “No primeiro exame de seleção, ocorrido em agosto de 2011, tivemos apenas sete alunos ingressantes. Já no segundo processo seletivo, nove alunos ingressaram, e no início deste ano tivemos 17 alunos ingressantes dentre os 31 inscritos. A maioria dos interessados ainda é proveniente de outras universidades, evidenciando a crescente visibilidade do programa.”, informa Rossi.
Foco em ciências naturais
Criado em 2006, durante o processo de expansão da Unifesp, o Campus Diadema abriga o Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas. Respeitando a demanda da região, que possui diversas indústrias químicas, farmacêuticas e de cosméticos, o campus oferece sete cursos de graduação (Ciências Ambientais, Ciências Biológicas, Engenharia Química, Farmácia Bioquímica, Licenciatura Plena em Ciências, Química e Química Industrial). Atualmente, 2.258 alunos estão matriculados nesses cursos.
O Campus Diadema é composto por cinco unidades no município. A unidade José de Fillipi, onde se encontra a administração e os laboratórios de pesquisa; a unidade Manuel da Nobrega, onde são ministradas aulas teóricas e está presente a biblioteca do campus; a unidade José Alencar, que é dividida entre o complexo didático e o prédio de pesquisa; e a unidade Antonio Doll, onde também ocorrem aulas teóricas.
Primeiro edição da revista
Edição 01 • Novembro 2013