A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por meio das escolas Paulista de Enfermagem e de Medicina, em parceria com a São Rafael Câmaras Frigoríficas, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e o Centro de Tecnologia em Embalagem para Alimentos (CETEA) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), desenvolveu uma embalagem inteligente para transporte de órgãos e tecidos humanos.
A solução inovadora, que promete padronizar a logística dos transplantes no país, combina tecnologia de ponta com design meticuloso para garantir a segurança, rastreabilidade e a integridade dos órgãos durante o processo.
A caixa é equipada com um sistema de monitoramento em tempo real, via Internet, que permite rastrear o órgão e detectar qualquer queda ou alteração de temperatura durante o transporte. Além disso, a embalagem possui um sistema de refrigeração avançado que mantém a temperatura ideal para a preservação dos órgãos e tecidos. Com autonomia de até 6 horas e conexão de backup, a caixa está preparada para garantir a continuidade do processo, mesmo em situações adversas.
O produto, resultado de um trabalho multidisciplinar com 13 tipos de engenharias, prioriza a integridade do órgão, desde o design interno até a escolha dos materiais. “A embalagem tem um diferencial que não é só tecnológico, ela tem diferencial interno na caixa, externo, no material apropriado, nos cantos arredondados, para não ter infecção”, ressalta a docente da Unifesp e coordenadora do estudo, Bartira de Aguiar Roza.
Unifesp e instituições parceiras desenvolvem embalagem inteligente para transporte de órgãos
Produto promete revolucionar a logística empregada em transplantes atualmente no país

Por Rosangela Martins
Publicado em 08 April 2025 13:50 | Última modificação em 08 April 2025 19:42
A professora da EPE/Unifesp Bartira Roza é responsável pela coordenação do estudo (foto: Alex Reipert)
Iniciado em 2017, o projeto, que conta com o aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), foi reconhecido no XVIII Congresso Brasileiro de Transplantes 2023 como a melhor proposta para o setor, e venceu na categoria Educação o prêmio Automação 2024, promovido pela GS1 Brasil.
“Finalizamos a etapa de validação pré-clínica da embalagem por meio de um estudo de caso controle, onde se comparou o que é usado atualmente com o que se pretende usar para transporte de órgãos no Brasil. A nova embalagem se mostrou segura para fazer o transporte dos órgãos e tecidos para transplante”, afirma Bartira.
“O ITAL está, no momento, validando com testes termodinâmicos e de estrutura, para garantir o funcionamento da caixa em temperaturas adversas e a manutenção da integridade dos órgãos em caso de queda", afirma uma das pesquisadoras do estudo Sibele Schuantes.
Ainda segundo a professora Bartira, outros testes serão realizados na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com a perspectiva de que o produto esteja disponível no mercado no início de 2026.