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Unifesp lança Atlas das Situações Alimentares: a disponibilidade domiciliar de alimentos e a fome no Brasil contemporâneo

Evento lançamento on-line foi transmitido ao vivo pelo Centro de Pesquisas e Práticas em Nutrição e Alimentação Coletiva da Unifesp; material traz conjunto de mapas da fome inédito no Brasil atual

O Centro de Pesquisas e Práticas em Nutrição e Alimentação Coletiva (CPPNAC), do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS/Unifesp) – Campus Baixada Santista, lança oficialmente o Atlas das Situações Alimentares: a disponibilidade domiciliar de alimentos e a fome no Brasil contemporâneo. O evento de promoção ao lançamento foi transmitido ao vivo no dia 26 de novembro de 2021 no canal do CPPNAC no YouTube. O atlas em formato digital tem acesso aberto e está disponível aqui.

O material foi elaborado por José Raimundo Sousa Ribeiro Junior (geógrafo), Mateus de Almeida Prado Sampaio (geógrafo), Daniel Henrique Bandoni (nutricionista) e Luiza De Carli (designer), e busca dar uma contribuição para o entendimento da alimentação e da fome, debruçando-se sobre as situações alimentares que podem ser identificadas no Brasil atual.

O atlas fornece uma síntese, por meio da representação gráfica e textual, das situações alimentares encontradas no país, com o objetivo de levantar questões e servir de referência para outras pesquisas, ou ainda como material de apoio para a atuação de conselhos de segurança alimentar, movimentos sociais, partidos políticos e outras organizações ou instituições interessadas em enfrentar os problemas relacionados à alimentação.

“Trata-se de um material que problematiza uma suposta ‘alimentação dos brasileiros’, uma vez que evidencia uma complexa gradação entre o que se pode definir como as situações alimentares extremas existentes no país”, explica Daniel Bandoni, professor do Departamento de Saúde, Clínica e Instituições da Unifesp. “Entendo que esta pode ser uma das contribuições mais valiosas que o Atlas trará à compreensão da alimentação e da fome no Brasil: um conjunto de representações gráficas e cartográficas que apresentam e problematizam a complexa territorialização da fome no país, conformando assim um inédito conjunto de mapas da fome no Brasil contemporâneo.“

Análise

Com o objetivo de caracterizar e interpretar as situações alimentares, os pesquisadores selecionaram e analisaram um conjunto de informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF, edições 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, edições 2004, 2009 e 2013), ambas elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todo esse conteúdo foi agrupado, interpretado e representado em mapas, gráficos e tabelas, além de embasar os textos que acompanham esses elementos.

O atlas está organizado em duas partes: a primeira delas apresenta uma análise da disponibilidade domiciliar de alimentos, examinando, em diferentes capítulos, três indicadores relacionados a essa disponibilidade: (i) as despesas familiares com alimentação; (ii) a aquisição domiciliar de alimentos, segundo os diferentes itens alimentares pesquisados pela POF; (iii) e a avaliação da disponibilidade domiciliar de alimentos com base na classificação NOVA.

Já a segunda parte se debruça sobre a análise das situações de fome e de risco de fome, primeiro (i) tecendo algumas considerações teórico-metodológicas a respeito da mensuração desses dois fenômenos, para em seguida (ii) analisar os dados oferecidos pelas pesquisas do IBGE acerca de sua dinâmica no Brasil contemporâneo.

“Considerando a diversidade e complexidade das situações alimentares existentes em um território como o brasileiro, o sentido da interpretação não foi o de estabelecer uma classificação destas, mas demonstrar como elas estão relacionadas às classes de rendimento, situação (rural ou urbana) e localização (unidade da federação ou grande região) dos domicílios. Quando disponíveis, consideramos também os dados referentes às características das pessoas de referência destes, para explicitar como as desigualdades raciais e de gênero atravessam as situações alimentares”, ressalta Bandoni.

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