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Pesquisa avalia efeitos do Mindfulness na qualidade de vida de idosos

Trabalho analisou quantitativa e qualitativamente resultados promovidos pelo treinamento em Mindfulness para pessoas acima de 60 anos

Grupo de idosos e pesquisadores em pé em uma sala

O estudo Efeitos do programa de promoção da saúde baseado em Mindfulness - MBHP na qualidade de vida de idosos: um estudo de intervenção controlado e randomizado, apresentado à Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, investigou, pela primeira vez na América Latina, os efeitos de um programa de treinamento em Mindfulness (do inglês, “atenção plena”) na qualidade de vida de idosos acima de 60 anos, e demonstrou resultados positivos, tais como melhora da qualidade do sono, sintomas de ansiedade e estresse crônico.

A dissertação de mestrado de Marcelo Vasconcelos Mapurunga buscou analisar os efeitos resultantes do Mindfulness-Based Health Promotion - MBHP (Programa de Promoção da Saúde Baseado em Mindfulness) na qualidade de vida de pessoas a partir dos 60 anos assistidas pela Atenção Primária à Saúde (APS) e pelo Projeto Epidoso do Centro de Estudos do Envelhecimento do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp. Mais especificamente, foi avaliada de forma quantitativa e qualitativa se a intervenção do MBHP apresentaria melhorias efetivas nas medidas de bem-estar dos participantes, considerando, inclusive, funções cognitivas e questões psicológicas.

Marcelo Demarzo, orientador da pesquisa, comenta: “esse estudo é pioneiro no Brasil e na América Latina, sendo o primeiro estudo científico consistente e bem elaborado a testar os efeitos de um programa de treinamento em Mindfulness para pessoas acima de 60 anos, mostrando diversos benefícios como a melhoria da qualidade do sono e de sintomas de ansiedade e estresse crônico”.

Grupo de idosos e pesquisadores em pé em uma sala
Outro grupo que participou da pesquisa (foto: arquivo pessoal)

A avaliação foi realizada durante quatro meses a partir de um estudo de intervenção controlado e randomizado, aninhado a um estudo de coorte prospectivo, ou seja, foi utilizada uma métrica para entender se o MBHP apresentaria resultados, e os participantes foram divididos aleatoriamente, em um Grupo de Intervenção e um Grupo de Controle Ativo, para que se pudesse analisar a eficácia do método.

O estudo demonstrou resultados positivos que apontam para um avanço na qualidade de vida dos idosos, bem como Mapurunga afirma: “percebemos melhoras nos sintomas de ansiedade, estresse e qualidade do sono nos participantes que concluíram o programa. Além disso, observamos que, após o programa, os idosos tiveram um aumento na sua religiosidade intrínseca, que significa a forma como a pessoa internaliza as suas crenças. Os participantes também relataram a importância dos momentos dedicados ao autocuidado e demonstraram gostar do programa em grupo e da possibilidade de partilhar experiências vivenciadas, o que favoreceu a construção de vínculos sociais”.

Os pesquisadores pretendem ampliar o estudo para diferentes contextos sociodemográficos a fim de confirmar os resultados na população geral de idosos. Contudo, Demarzo afirma que a evidência trazida pelo estudo indica que o Mindfulness é efetivo para essa faixa etária e, além disso, pode fazer parte de políticas públicas de promoção da saúde e envelhecimento saudável.

Para saber mais sobre o Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde - Mente Aberta, acesse: mindfulness.unifesp.br.

Obs.: Fotos realizadas antes da pandemia de coronavírus

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