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Dia do Idoso: especialista da Unifesp destaca os pilares da longevidade na terceira idade

Amizade, músculo, propósito e saúde mental garantem jornada de vida com qualidade

Casal de idosos com máscara abraçados

O Brasil está envelhecendo. A queda da natalidade, somada ao fato de os idosos viverem cada vez mais anos, fez com que o país alcançasse 40 milhões de idosos, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad), o que representa quase 20% da população. Até 2040, o IBGE estima que essa população chegue a 52 milhões de pessoas. Agora, mais do que viver, existe alguma receita para viver bem, garantindo longevidade com qualidade? Para o geriatra e médico da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), Carlos André dos Santos, essa longevidade passa por quatro pilares: amizade, propósito, músculo e saúde mental, ligada à cognição.

“Trata-se de uma equação que impacta diretamente a qualidade de vida de quem já passou dos 60 anos e quer seguir a jornada por muito mais tempo. A amizade representa as relações, fundamentais para qualquer ser humano. Independentemente da idade, somos seres sociais, incapazes de viver em isolamento. Por isso, é primordial que o idoso tenha com quem conversar, possa contar com alguém, assim como também tenha alguém que ele possa ajudar. Nutrir essas relações, inclusive com pessoas de outras gerações, traz brilho de vida e funciona como uma fonte de energia para a longevidade”, explica Santos, que é especialista em exercício físico e envelhecimento ativo.

O propósito, por sua vez, é o pilar que representa uma ocupação. “É fundamental que o idoso se sinta útil, que não fique estagnado ou apenas na inércia da vida. Ele deve ter algum objetivo, de modo que a cada despertar possa correr atrás desse objetivo, que pode ser uma função, seja num trabalho voluntário, seja em algum tipo de afazer doméstico. O importante é ter algo que o mantenha ativo e com a sensação de autoestima elevada, justamente por se sentir contribuindo e fazendo a diferença”, ele diz.

O especialista da Unifesp destaca como terceiro pilar a atividade física. O envelhecimento é um processo que traz transformações ao corpo e ao organismo e para que o avançar dos anos não torne o idoso dependente de outras pessoas é essencial manter os músculos em dia.

“Os músculos são exigidos em todo e qualquer tipo de movimento, do levantar da cama, do ir ao sanitário, até nos momentos divertidos com filhos, netos e outros familiares. A independência nesses movimentos assegura a longevidade com qualidade e muita satisfação e isso só é possível com a manutenção da saúde dos músculos, conseguida em exercícios dos mais diferentes estilos, seja no pilates, na hidroginástica ou na caminhada matinal. A atividade deve ser escolhida de acordo com o desejo e com as possibilidades de cada um. O importante é se mexer”.

Por fim, mas igualmente importante, está o pilar da saúde mental, relacionada aos aspectos cognitivos. “Ter uma boa cognição, um bom cérebro do ponto vista que garanta a autonomia e o entendimento do que se quer é fundamental. Existem doenças neurodegenerativas e doenças sistêmicas que acabam impactando na autonomia e, assim, na saúde mental do idoso, assim como síndromes demenciais e depressivas, que precisam ser freadas e, na medida do possível, prevenidas para que o envelhecimento seja bem sucedido. Aqui, vale ressaltar o conceito da autonomia, que é o desejo e a capacidade de ter críticas, de ter pensamentos abstratos e capacidade de criar estratégias para construir o que se deseja”, explica Carlos André dos Santos.

O médico da Unifesp conclui: “ao juntar saúde mental com prática de atividade física, propósito e amizades, nossos idosos estarão prontos para seguir com alegria e saúde até os 80, 90 e porque não, alcançar os 100 anos”.

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