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Seis anos de integração entre ensino, pesquisa e extensão

Congresso Acadêmico Unifesp

A primeira edição do Congresso Acadêmico Unifesp, realizada em junho de 2015, foi um marco dentro da instituição, por reunir todos os programas institucionais das áreas de ensino, pesquisa e extensão em um só evento. Foram aglutinadas as tradicionais atividades dos congressos dos programas institucionais de bolsas de Iniciação Científica (Pibic), de Extensão (Pibex), de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), do Programa de Monitoria e do Programa de Educação Tutorial (PET), além do Encontro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), do Fórum Integrador de Pesquisadores (FIP) e da Mostra do Programa de Bolsas de Iniciação à Gestão (BIG). A edição inaugural abordou o tema Quebrando Paradigmas no Ensino Superior: limites e possibilidade da integração, registrando 3.600 inscrições e 1.560 submissões de trabalhos.

As edições dos anos seguintes consolidaram o novo formato proposto pela instituição e, ano após ano, abriram mais espaço para que os estudantes da universidade pudessem expor os seus trabalhos, além de permitirem a integração entre os campi da universidade e proporem discussões sobre diversos temas, com a participação de renomados pesquisadores do Brasil e do exterior. Entre 2016 e 2019, os temas foram, respectivamente, A Universidade do Século XXI, Unifesp em Ação: pela educação superior pública de qualidade, Universidade e Sociedade: saberes em diálogo, e Unifesp 25 Anos: universidade pública, conhecimento público. Todas essas edições do evento foram palco de uma vasta e diversificada programação cultural.

De acordo com Ieda Maria Longo Maugéri, professora associada da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente do Congresso de 2015 a 2019, os congressos do Pibex, do Pibic e do Pibiti ocorriam simultaneamente até 2013, mas sem integração entre eles. “Naquele ano, realizamos o primeiro Simpósio da Graduação, atividade que visava reunir a apresentação de todos os trabalhos de graduação, extensão, Iniciação Científica e Iniciação à Gestão integrando-os. Naquele ano, começou o esforço de todos os envolvidos, docentes, pesquisadores e, principalmente, a Comissão de Iniciação Científica, no sentido de organizar salas de apresentação com integração entre temas e estudantes dos diferentes programas.

Com o I Congresso Acadêmico, foi consolidada a oportunidade de agregar todos os campi – espacialmente distantes entre si. “Notamos que, já nesta edição, em 2015, a interação foi bastante acentuada entre estudantes de graduação, envolvidos com projetos de Iniciação Científica, Extensão, entre outros. Eles abordaram o mesmo tema sob o olhar das diferentes áreas de conhecimento, enfatizando a multidisciplinaridade e a convergência dos temas, aproximando, inclusive, grupos de pesquisa nas edições subsequentes”, recorda a docente.

Nas edições de 2018 e 2019, o congresso foi realizado parte de forma integrada, parte descentralizada, com atividades nos campi. Maugéri afirma que isso fez com que cada campus pudesse ter maior participação dos estudantes, quando comparadas com as edições anteriores, muito devido à distância entre os campi. Além disso, o desenvolvimento das atividades do evento em nível local deu autonomia a cada campus para enfatizar suas especialidades e potencialidades.

Com o Congresso Acadêmico, abriu-se espaço para o desenho da convergência de temas que a Unifesp desenvolve por meio de projetos temáticos – hoje consolidados com a participação da universidade em iniciativas como o Programa Institucional de Internacionalização (Capes - PrInt). “Foi uma construção valiosa, que permitiu expor ao estudante um tema estudado em uma ponta, na área médica, que pode ser abordado sob uma outra ótica pelas humanidades, permitindo que ele seja trabalhado com a convergência que gera resultados para a sociedade. Associar essa integração em um espaço amplo como o da universidade é, portanto, um programa de Estado, e a universidade faz muito bem esse papel”, defende Maugéri.

Além da convergência de temas entre campi e áreas do conhecimento, o outro papel do congresso apontado pelas docentes como muito importante para a formação do estudante é a oportunidade de permitir que ele aprenda a mostrar com clareza e didática os objetivos e resultados de seu trabalho para um público heterogêneo, diferente do que ocorre em um congresso de especialidades. 

 

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Primeira edição do Congresso Acadêmico Unifesp, realizada em junho de 2015 (Imagem: Arquivo DCI Unifesp)

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Edição de 2016, com o tema A Universidade do Século XXI (Imagem: Arquivo DCI Unifesp)

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Edição de 2017, com o tema Unifesp em Ação: pela educação superior pública de qualidade (Imagem: Arquivo DCI Unifesp)

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Edição de 2018, com o tema Universidade e Sociedade: saberes em diálogo (Imagem: Arquivo DCI Unifesp)

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Edição de 2019, com o tema Unifesp 25 Anos: universidade pública, conhecimento público (Imagem: Alex Reipert)

De repente, a pandemia

A edição de 2020 do Congresso Acadêmico Unifesp, em razão da pandemia de covid-19, precisou ser completamente repensada. Diante da necessidade do isolamento social, o evento foi realizado de forma 100% virtual. Com base nas edições e comissões já bem estabelecidas em anos anteriores, Gabriela de Breláz, professora adjunta na Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen/Unifesp) - Campus Osasco, e atual presidente do Congresso, transformou o que era aparentemente um obstáculo em uma grande oportunidade: “A edição, totalmente virtual, permitiu quebrar determinadas fronteiras. Se antes o evento tinha, em média, 10 mil inscrições, em 2020 tivemos mais de 25 mil inscrições – quase metade delas de pessoas sem vínculo com a Unifesp – um recorde absoluto”. 

Além disso, foram submetidos 1.745 trabalhos (outra marca inédita), apresentados ao longo de 110 sessões científicas. No campo dos debates, foram realizadas 62 palestras e mesas das quais participaram 261 palestrantes nacionais e internacionais, que discutiram temas como distanciamento social e saúde mental, democracia, educação pós-pandemia, futuro das universidades, desigualdades e participação social, experiências internacionais no combate à covid-19, mulheres em cargos de liderança, meio ambiente, racismo, empreendedorismo na universidade, comunicação em tempos de pandemia, entre outros.

“O que o evento permitiu presencialmente foi mais que triplicado após tornar-se remoto, uma iniciativa que tomou forma com a pandemia da covid-19. Os participantes têm acesso ao conteúdo discutido em diversas salas, pois fica gravado e pode ser acessado posteriormente. Se houver necessidade de interagir com um pesquisador daquela área, essa conversa fica mais fácil. Acho que o virtual veio para ficar. O presencial é bom, porque o estudante pode treinar frente a uma plateia, mas a integração se sobrepõe a esse obstáculo”, comemora Maugéri.

Para Breláz, foi um privilégio atuar na coordenação do congresso que, em 2020, foi inovador e inclusivo. “Um novo mundo se abriu com um trabalho desafiador, realizado por um time de pessoas muito comprometidas com a ciência e com as transformações para a sociedade. Foram cinco dias intensos e de muito aprendizado”, finaliza.

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Gabriela de Breláz (esq.) e Ieda Longo  Maugéri (dir.) estiveram à frente do VI Congresso Cadêmico da Unifesp, o primeiro virtual desde sua primeira edição, e definem a experiência como uma grande oportunidade: “A edição, totalmente virtual, permitiu quebrar determinadas fronteiras”, afirma Breláz

 

 As palestras da edição deste ano estão disponíveis na playlist “Congresso Acadêmico Unifesp 2020”, no canal oficial da Unifesp no YouTube

 


EntreTeses edição 13

Iniciação Científica: desenhando o futuro
Edição 13 • Outubro 2020