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Repositório dá visibilidade à produção em C&T da Unifesp

Daniel Patini  Em consonância com o movimento mundial de acesso aberto e livre à informação científica, desde 2015, a Unifesp conta com o seu repositório institucional, ferramenta que funciona como um grande arquivo, no qual é possível armazenar, proteger e guardar toda a produção científica e técnica.  Até o momento, já foram depositados aproximadamente 40 mil registros, número suficiente para que a universidade já tenha uma representatividade no Ranking Web of Repositories. “A expectativa é que, quando esse trabalho estiver consolidado, nós consigamos melhorar a nossa posição”, explica Maria Eduarda S. Puga, diretora da Coordenadoria da Rede de Bibliotecas da Unifesp (CRBU), órgão que realiza a gestão e a disseminação da produção científica, técnica, didática e artística da comunidade acadêmica. O repositório da Unifesp segue a mesma ordem estrutural da universidade e está dividido em departamentos e unidades. Ele pode ser acessado no endereço www.repositorio.unifesp.br. Por meio do repositório, é possível consultar todos os arquivos em um único lugar. “Ele é importante também para que a Unifesp se fortaleça institucionalmente. Por estar na internet, a visibilidade é permanente e de fácil acesso. O repositório vem para nos ensinar que precisamos preservar, não para somente guardar a nossa história e sim para que em qualquer momento na história possamos resgatar e acessar o que já foi feito e aperfeiçoar o que se fará”. Maria Eduarda lembra que, logo no início da criação da CRBU, em 2013, ela e sua equipe participaram da Conferência Luso-Brasileira sobre Acesso Aberto (Confoa), realizada na USP. Na ocasião, foram apresentados os repositórios das universidades federais do Brasil; a Unifesp não figurava entre as instituições. O processo de construção começou no mesmo ano, com a participação de um representante de cada biblioteca dos campi da Unifesp. Em um primeiro momento, foi elaborada a política do repositório. O desenvolvimento e suporte na área de Tecnologia da Informação contou com a equipe do Campus Diadema. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) cedeu o know how para a coleta e classificação de dados, fornecendo scripts e ferramentas adequadas. “O processo de povoamento de nosso repositório se deu em um primeiro momento com todas as publicações de docentes que estavam na Scielo. Posteriormente, foram migradas todas as dissertações e teses (ainda em trabalho de recuperação dos textos completos de muitas delas). Agora estamos empenhados no depósito dos artigos publicados na Web of Science. O povoamento, termo utilizado para o depósito de arquivos, foi realizado a partir de 2015. Nosso próximo passo é partir para o Currículo Lattes dos docentes”, relata. Outro apoio importante veio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por promover a criação dos repositórios nas universidades. “Ele distribuiu o software gratuitamente, além de oferecer o servidor para a instalação do repositório, que fica no Campus Diadema, e o suporte técnico”, informa Maria Eduarda. A base de dados segue diretrizes internacionais estabelecidas na LA Referencia (Rede Internacional de Repositórios Institucionais de Publicações Científicas, em tradução livre), que visa maior qualidade e interoperabilidade. Isso permitirá sua integração à Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital - Cariniana (IBICT), que disponibiliza o serviço de preservação digital para instituições com publicação em acesso livre.  De acordo com Maria Eduarda, essa é uma política governamental já perpetuada há mais de dez anos no mundo. “A comunidade europeia, por exemplo, segue o programa Horizon 2020, que planeja como esses repositórios estarão em 2020.” Além dos repositórios institucionais, existem também os repositórios de dados. Neles, cada pesquisador deposita, desde o início, todas as informações de seu trabalho, que inicialmente ficam restritas a ele próprio ou pode compartilhar com seus colegas. No final, ele as disponibiliza publicamente.  Algumas das principais revistas científicas, como a Science, por exemplo, já exigem que os pesquisadores depositem seus dados de pesquisa em um repositório para aceitar a publicação de seu artigo. “Hoje, nossos pesquisadores depositam em repositórios internacionais e de outras instituições. Nosso próximo passo é que tenhamos também um repositório de dados na mesma interface”, finaliza a diretora.   Sumário do número 14