Mais do que um jargão em moda nas discussões sobre política universitária ou ciência e tecnologia, é inegável que há uma forte necessidade de interação entre áreas do conhecimento para solução de problemas e enfrentamento de novos desafios, seja na perspectiva multidisciplinar – na qual prevalece a soma de conhecimentos de diversas áreas; interdisciplinar – que privilegia o trabalho colaborativo entre profissionais de diferentes áreas, mantendo-se ainda a atuação disciplinar; ou transdisciplinar – que propõe a interação mais intensa e profunda, com significativa apropriação do conhecimento de uma área pela outra. Após uma fase de grande avanço do conhecimento em campos muito específicos, hoje nos deparamos com a necessidade de sair da zona de conforto e de nos encontrarmos com colegas de outras áreas para criar algo que seja, de fato, novo.
Para estimular importantes discussões teóricas e promover o intercâmbio de conhecimento, é essencial criar instrumentos de incentivo à colaboração e comunicação, presencial e virtual. Nesta edição, Entreteses apresenta um panorama dos centros e plataformas multiusuários já existentes nos diversos campi da Unifesp, além de propor um debate necessário sobre a filosofia que deve embasar o funcionamento dessas estruturas. A comunidade é convidada a participar desse esforço, por meio dos programas de pós-graduação.
As plataformas têm como intuito otimizar os escassos recursos existentes e criar uma filosofia de uso responsável e sustentável. Além disso, quando se colocam lado a lado pesquisadores de diversas áreas e campi, pode-se facilitar a interação e o surgimento de novas propostas de pesquisa e inovação. A discussão sobre as regras de funcionamento de tais plataformas toca em importantes aspectos da política universitária e em temas relativos à ciência, tecnologia e inovação, à meritocracia e aos mecanismos mais adequados para apoiar e incentivar jovens pesquisadores.
Mas não paramos por aí. Uma reportagem sobre saúde mental apresenta o trabalho de um grupo de pesquisadores do Campus Baixada Santista, preocupados com o resgate da dimensão do sujeito portador de transtorno mental, e ao mesmo tempo suscita polêmica quando questiona o papel do diagnóstico. A emoção também tem vez na ciência – principalmente quando se trata da paixão pelo que se faz e do empenho para tornar o sonho realidade. Acreditamos que este seja o segredo do sucesso em qualquer setor – o que também podemos inferir da entrevista com o professor Armando Milioni, ex-diretor do Campus São José dos Campos, e da leitura do perfil de Luiz Juliano Neto, professor titular do Departamento de Biofísica da Escola Paulista de Medicina.
A Unifesp evidencia ainda sua pluralidade – já destacada na seção Carta da Reitora –, trazendo temas na área de esportes e demonstrações de como a Física, a Química e a Medicina podem unir-se para propiciar melhores condições para o aleitamento materno e sintetizar substâncias com potencial para tratamento do câncer e da leishmaniose. Mostramos também como a Química pode contribuir para desenvolver sensores luminosos e transformar o bagaço de cana em energia elétrica renovável.
Conheça, nesta edição, mais um pouco do que se faz e pensa na Unifesp. Mas não se restrinja ao exemplar impresso. Encontre nas páginas virtuais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa informações atualizadas sobre os programas de pós-graduação, visite seus sites específicos e estabeleça novos contatos e parcerias com nossos pesquisadores – sejam eles docentes, técnicos ou estudantes.
Leia, informe-se e colabore para a construção da verdadeira transdisciplinaridade em nossa universidade.