Em meio à crise hídrica que assola não só países do Oriente Médio e da África, como também a China e a Índia, este número da Revista Entreteses apresenta 23 páginas especialmente dedicadas à água, recurso abundante no Brasil, porém mal distribuído e mal administrado pela população e pela gestão pública. O recurso, que antes valia ouro, principalmente em regiões do Nordeste do país devido à pouca (ou nenhuma) oferta, é desperdiçado e mal gerido até chegar ao ponto de provocar escassez em São Paulo, principal centro financeiro da América do Sul e a 14ª cidade mais globalizada do planeta segundo o Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).
O especial traz importantes pesquisas sobre qualidade da água nas represas Guarapiranga e Billings, além das envolvidas com a biorremediação para o reuso da água de refinarias de petróleo e com a remediação de solos e aquíferos. Ao final, o leitor terá uma visão mais dinâmica sobre a crise hídrica mundial (e local) na entrevista com João Alberto Alves Amorim, professor da Unifesp e especialista em Direito Internacional do Meio Ambiente e em Direitos Humanos. Amorim também é autor dos livros Direito das Águas: Regime Jurídico da Água Doce no Direito Internacional e no Direito Brasileiro e A ONU e o Meio Ambiente – Mudanças Climáticas, Direitos Humanos e Segurança Internacional no Século XXI.
As quase 90 páginas restantes desse número apresentam outras pesquisas de ponta desenvolvidas nas mais distintas áreas – como saúde mental, da mulher e do trabalhador, Neuroaudiologia, Economia em Saúde, Genética, drogas, plantas medicinais e fármacos, História, Ciências Sociais, Pedagogia, sustentabilidade e Tecnologia.
Completamos a edição com uma entrevista com Esper Abrão Cavalheiro, atual pró-reitor de Planejamento da Unifesp e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que teve como foco a criação de um centro de estudos avançados na Unifesp, em que o neurocientista critica o excesso de formalismo que os programas de pós-graduação impõem aos pesquisadores brasileiros. Elaboramos, também, o perfil de um dos mais consagrados cientistas brasileiros, Otto Gottlieb, possibilitado pelo trabalho minucioso de pesquisa que contou com o auxílio da futura jornalista Rosa Donnangelo.