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Intolerência: o inferno é o outro

Edição 7 • novembro 2016

Capa da edição, mostra um rosto coberto por expressões ofensivas

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A prática da violência, em todas as esferas da vida, imprime a sua marca no mundo contemporâneo, como resultado de uma crescente intolerância para com o outro. O Brasil, em outros tempos conhecido pela suposta cordialidade que sua população demonstrava no trato interpessoal do dia a dia, vive tempos de barbárie: uma sociedade cada vez mais dividida nos planos social, político e ideológico mostra-se incapaz de lidar com as diferenças, por menores que sejam.

Tema central dessa edição, a violência foi abordada nos diversos setores da vida cotidiana e apresentada com base em estudos de pesquisadores da Unifesp.  Entre os tipos de violência analisados estão a intolerância institucional, política e religiosa, o racismo, a violência de gênero, doméstica e urbana e – como um problema crescente e preocupante – o bullying, que já transpôs os muros das escolas e se propaga rapidamente pela internet.   

Para oferecer uma outra perspectiva, como contraponto ao quadro de desalento, entrevistamos o padre Júlio Lancellotti, referência nacional na defesa dos direitos humanos. Há mais de 30 anos, ele se dedica à assistência à população marginalizada e não tem medo em denunciar abusos e omissões do poder público.

Na área de pesquisa, contamos com a participação de Fernando Galembeck, ex-diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia e professor titular aposentado do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ/Unicamp), para falar sobre o recém-aprovado Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, que pretende traçar um novo caminho para o desenvolvimento da pesquisa científica no Brasil. Já o Campus Baixada Santista tornou-se, em setembro, a capital mundial das Ciências do Esporte ao sediar a 3ª edição do Icsemis (sigla em inglês para Convenção Internacional de Ciência, Educação e Medicina no Esporte), congresso que acontece uma vez a cada quatro anos, sempre no país-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e que, nesse ano, reuniu pesquisadores de 46 países.

Na educação, Elaine Lourenço, professora do Departamento de História e coordenadora do curso de licenciatura em História da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/ Unifesp) – Campus Guarulhos, contempla a edição com um artigo sobre a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), proposta pelo governo federal.

Nessa edição, também trazemos um pouco da história do curso de Ciências Biomédicas da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, que completou 50 anos de existência e comemorou a data em um grande evento no Teatro Marcos Lindenberg, localizado no campus.  Na matéria, incluímos parte do discurso emocionante da professora e pesquisadora renomada Helena Bonciani Nader, oriunda do curso – formou-se em 1970 – e primeira biomédica a presidir a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O discurso, no entanto, pode ser acessado na íntegra na versão digital da revista. 

Sumário

Cinquenta anos de história

Expediente - Entreteses 7

Com o dedo na ferida…

A universidade ante a violência e a intolerância

Recursos em tempo de crise

Novo marco legal libera a pesquisa do nó burocrático

A base, as versões e a história

“Estou do lado que Jesus queria que eu estivesse”

Brasil vive tempos de barbárie

A intolerância sai do armário, chega às ruas e se propaga na internet

Truculência da PM coloca democracia em risco

Arte da periferia denuncia “genocídio negro”

Armas de fogo matam 1 milhão em 35 anos

Brasil é o 5º país que mais mata mulheres

Um estupro a cada 11 minutos

Metade dos estudantes brasileiros já sofreu humilhações

Contra o crime, incluir e educar

Uma fotografia da sociedade brasileira

Quando os dogmas ditam a conduta

Capital mundial das Ciências do Esporte

Intolerência: o inferno é o outro